GUIA DE VIAGEM PARA UM PASSEIO RICO EM PAISAGENS ARREBATADORAS POR TERRAS MICAELENSES
(Roteiro de 4 Dias intensos)
A Ilha de São Miguel é uma ilha de origem vulcânica, montanhosa, recortada por vales e ribeiras, que pertence ao Grupo Oriental juntamente com a Ilha de Santa Maria e é a maior ilha do Arquipélago dos Açores, com um comprimento de 64,7 quilómetros, 8 a 15 quilómetros de largura e com uma altitude máxima de 1103 metros no Pico da Vara (tenham isso em atenção nos vossos percursos, pois a altimetria apimenta as vossas deslocações e os trilhos imperativos da ilha). É constituída apenas por três cidades, Lagoa, Ribeira Grande e Ponta Delgada e pela Vila do Nordeste, Vila Franca do Campo, Vila da Povoação e Vila dos Mosteiros.
Foi descoberta entre 1429 e 1437, no entanto o seu povoamento veio a iniciar-se a 29 de Setembro de 1444, dia da dedicação de Arcanjo de São Miguel, onde os primeiros povoadores desembarcaram entre duas ribeiras de água doce, entre rochas e escarpadas montanhas, trazendo com eles gado, aves, sementes de trigo e de legumes. Foi fundada assim a primeira povoação que ainda hoje se denomina por Vila da Povoação e onde se pode encontrar junto da praia, um marco com o ano que sinaliza o povoamento da segunda ilha dos Açores ( a primeira foi a Ilha de Santa Maria).
Vila Franca do Campo foi considerada a primeira capital da ilha, que após o terramoto de 1522 ficou bastante destruída, levando a população a deslocar-se para a povoação de Ponta Delgada, que em 1546 foi considerada cidade, tornando-se a capital da ilha.
A fertilização dos solos e o clima subtropical e húmido desta ilha, com as suas chuvas características e temperaturas médias anuais de 21ºC, permitiu um rápido desenvolvimento económico no setor da agricultura e pesca.
Existe pouca amplitude térmica ao longo de todo o ano, embora no Inverno os fortes ventos soprem predominantemente de sudoeste e no Verão soprem para Norte. A pluviosidade pode ser mais intensa no Inverno, embora em qualquer estação do ano possa chover. A nebulosidade também é uma constante na ilha e em poucos minutos uma paisagem magnifica pode ficar coberta de nevoeiro.
Podemos mesmo dizer que no mesmo dia podemos sentir as quatro estações do ano, por esta razão nós aconselhamos em fazer esta viagem na Primavera ou no Outono, evitando a afluência turística característica do Verão. O número de dias depende daquilo que está disposto a fazer e do tipo de férias que pretende, como o Homem diz, para ficar sentado no sofá mais vale não ir aos Açores. Para conhecer esta ilha é preciso levantar cedo e caminhar, pois só assim tem a oportunidade de conhecer as pequenas, grandes maravilhas que esta ilha tem para nos oferecer, miradouros com paisagens de cortar a respiração, cascatas com águas translúcidas rodeadas de vegetação exuberante, característica desta ilha.
Não desespere se encontrar nevoeiro ou chuva em alguma das povoações, o tempo nos Açores é muito variável e por vezes numa curta distância o tempo pode sofrer alterações significativas. Aconselhamos a levar um corta vento para fazer face a pequenas chuvas e ao arrefecimento repentino.
Em relação ao alojamento não é necessário marcar com antecedência, em todas as vilas e povoações existe uma grande oferta, a todos os preços (mas atenção que não fomos em época alta). Nós ficamos alojados 1 noite em Ponta Delgada no Hotel My Story Hotel Vila Nova a 600 metros do centro, um espaço bastante agradável, com piscina e um bom pequeno almoço buffet. A nossa segunda noite foi em Ribeira Grande, no Hotel Verde Mar & Spa, tendo em conta que queríamos experimentar os tão famosos bifes do Restaurante Associação Agrícola. Adoramos este hotel, pela simpatia dos funcionários, pelo alojamento soberbo, pela piscina com vista para o mar, muito relaxante, um Spa com piscina interior e onde poderá experimentar vários tratamentos, não foi o nosso caso e pela qualidade da comida do pequeno almoço, num simpático restaurante com vista para o mar. A nossa última noite foi passada na capital, novamente em Ponta Delgada no Hotel VIP Executive Azores, com um design moderno, num ambiente confortável, com um pequeno almoço buffet aceitável. Para nós o mais fraco dos três hotéis onde estivemos. Poderá ser um excelente hotel para congressos e reuniões, por se apresentar mais longe do centro e possuir 13 salas de reunião com capacidade para 180 pessoas e um auditório para 97 convidados. No 8º piso pode encontrar uma pequena piscina e usufruir de vistas fantásticas sobre a cidade de Ponta Delgada.
Em relação à gastronomia, sugerimos a marisqueira Cais 20 em Ponta Delgada, com esplanada com vista para o mar, onde se pode deliciar com o marisco típico da região, lapas e cracas, entre outros.
Destacamos também o restaurante a Casa Marisca, no centro de Ponta Delgada, uma marisqueira micaelense, simpática, acolhedora, onde nos enriquecemos pela sapiência do proprietário e vontade de partilhar conosco a história, os costumes e a identidade da Ilha de São Miguel. Aqui foi-nos aconselhado pelo proprietário o Polvo Frito à Casa Marisca e o Bife de Atum com ilhame e batata doce. Valerá a pena voltar!
Uma sugestão que deixamos é instalar a aplicação da SpotAzores que permite visualizar a meteorologia em tempo real nos pontos mais turísticos da ilha. ~
Outra sugestão é adicionarem os mapas offline porque existe alguma altimetria na Ilha de São Miguel e muitas vezes falhas na rede GPRS.
1º Dia - Lisboa, Ponta Delgada, Lagoa do Fogo, Vila Franca do Campo, Povoação, Ribeira Quente, Miradouro do Pico dos Bodes, Faial da Terra, Nordeste, Ribeira Grande, Rabo de Peixe
De forma a aproveitarmos ao máximo a nossa estadia em São Miguel, partimos no primeiro voo da manhã, às 7 horas (cerca de 2 horas e 15minutos) e regressamos no último voo, às 19:30, ambos os voos pela TAP. Não esquecer, que nos Açores é uma hora a menos que no Continente e o nosso concelho é alugar um carro no aeroporto, de forma a não perder tempo. É a melhor maneira de visitar toda a ilha e fazer percursos que só seriam possíveis com meio de transporte próprio.
A melhor forma de se deslocar na ilha é de carro e nós aconselhamos a alugar um carro num "rent a car" no aeroporto e assim evita os custos de um "transfer" até ao centro da cidade. Uma vez em Ponta Delgada e depois de termos ido buscar o nosso Clio no "rent a car" da Ilha Verde, para circular durante 4 dias pela ilha, fomos tomar o pequeno almoço no pequeno café na cidade de Lagoa. De seguida deslocamo-nos pela via rápida, em direção à Lagoa do Fogo, pois tínhamos visto na SpotAzores que o tempo estava limpo na lagoa. Ah pois é! já existe uma via rápida em São Miguel, o que facilitou bastante a vida dos micaelenses. Só para terem uma ideia, neste momento pela via rápida são 20 minutos de Ribeira Grande ao Nordeste, o que antigamente se fazia em 2 horas.
A profundidade máxima desta lagoa são 30 metros e é possível fazer um pequeno trilho (cerca de 2 horas) - PRC2SMI, até à à praia da lagoa, que em 2012 foi reconhecida como uma das 7 maravilhas de Portugal na categoria de praias selvagens.
O acesso à Lagoa pode ser feito pelo Pico da Barrosa, um dos pontos mais altos da ilha e pode ser contemplada por vários miradouros.
Deixando esta magnifica paisagem para trás, seguimos para a Caldeira Velha, que integra um Monumento Natural e Regional e se localiza na encosta da Serra De Água de Pau, a 628 metros de altitude, uma reserva de grande importância pela sua botânica e fauna características das Florestas de Laurissilva e um relevo acidentado aliado a uma ribeira que é alimentada por nascentes de água quente, termal, de cor acastanhada, devido à grande predominância de ferro existente na água. A cascata de água férrea apresenta uma temperatura que pode variar entre 26 e 38ºC e que vai aquecer as outras três piscinas, onde pode tomar banho rodeado de paisagens magníficas e onde o silencio à muitos anos atrás era imperioso, infelizmente com o grande número de turistas, o silêncio foi substituído por gargalhadas de jovens e gritinhos dos mais pequenos. Quando fui a São Miguel em 2004, este foi um local que me marcou pela tranquilidade e pela envolvência do vapor da água quente das pequenas poças no meio de exuberante vegetação, onde predominam os fetos. Neste momento posso transmitir que continua a ser bonito mas não tive o mesmo sentimento!
Se quiser banhar-.se nestas poças atenção que ás águas têm muito ferro o que deixa a roupa clara acastanhada, por isso escolha o seu pior fato de banho para trazer para os Açores, vai ficar triste se escolher trazer aquele modelito comprado nos últimos dias. Para visitar a caldeira paga-se 3 euros, mas se quiser desfrutar destas águas quentes tem de pagar 8 euros. Atenção aos horários que variam de acordo com a época do ano e ao tempo de permanência nas caldeiras, que é apenas de 2 horas para cada visitante.
Deixando a serra para trás seguimos o nosso caminho até à Vila de Água de Pau para visitar a Ermida da Nossa Senhora de Monte Santo e o Miradouro de Monte Santo., que confessamos que não foi "stunning".
Uma vez em Vila Franca do Campo que no séc XVI foi capital da ilha e sede do seu único concelho onde viveram os capitães que governavam esta ilha. Esta vila tem este nome por se localizar num campo plano e extenso e ser "franca de direitos". A sua localização ajudou no crescimento económico da região com a exportação da laranja durante o séc XVIII e mais tarde do ananás no séc XIX, é uma vila piscatória, em que a agricultura e a pesca são as suas principais atividades económicas, tem um grande património religioso, onde se destaca a Igreja Matriz de São Miguel de Arcanjo, a Igreja de São Pedro, a Igreja e Hospital da Misericórdia. Nesta vila é ainda possível visitar a Ermida Quinhentista da Nossa Senhora da Paz.
É também de destacar um promontório de rocha no oceano, o Ilheu de Vila Franca, um cone litoral de tufos palagoníticos que contém no seu interior uma caldeira, considerado reserva natural e que se localiza a aproximadamente 1 quilómetro da costa. Pode ser visitado de barco no Verão, entre Junho e Outubro (8 euros por pessoa).
Nós não visitamos o Ilheu de Vila Franca, primeiro era necessário marcar o barco e segundo, o Homem não é adepto do mar, mas não deixamos esta bonita e simpática vila sem antes fazer um passeio junto da praia e de provar um dos doces conventuais dos Açores, as tradicionais Queijadas da Vila, popularmente conhecidas em toda a região por "Queijadas da Vila do Morgado".
Como qualquer doce conventual estas queijadas tiveram o seu início no Convento de Santo André. São uma verdadeira delicia e eu até trouxe uma caixinha para Lisboa.
Com a hora de almoço a aproximar-se, estava na altura de escolhermos o nosso melhor restaurante e para quem nos conhece sabe que costumamos viajar sempre com a nossa geleira elétrica, mas desta vez era impossível viajar de avião com a geleira. Degustamos a nossa refeição comprada numa pequena mercearia de bairro, num miradouro com vista para a praia de Vila Franca do Campo. Podia ter sido num parque de merendas, mas escolhemos o mar como pano de fundo. Nesta ilha pode encontrar um parque de merendas em quase todos os miradouros e olhe que são mesmo muitos miradouros, o que para nós tornou a vida muito facilitada de forma a encontrar o "nosso melhor restaurante".
Continuámos a nossa roadtrip até ao Miradouro do Pico do Ferro, um miradouro com vista para a Lagoa das Furnas, para nós sem dúvida o melhor miradouro de toda a ilha , o nosso "ex libris". Neste local pode encontrar uma roulote com artesanato regional e outra com bebidas quentes e frias e algum tipo de alimentos. Uma curta e íngreme caminhada até ao miradouro e temos o prazer de ser contemplados por vistas soberbas do vale das Furnas e da sua Lagoa.
Na direção ao Faial da Terra fomos surpreendidos antes de chegar a Ribeira Quente por duas cascatas, mesmo à beira da estrada, mas que ficam despercebidas se não formos com a devida atenção.
A primeira cascata fica do lado direito, antes da entrada do túnel que vai para Ribeira Quente.
A segunda localiza-se à direita, entre os dois túneis que vão para a Ribeira Quente. Esta tem acesso por um pequeno trilho fácil que nós não fizemos pois a estrada encontrava-se em obras e era impossível estacionar o carro.
Continuando pela estrada nacional fizemos uma paragem no Miradouro do Pico dos Bodes, localizado na freguesia do Faial da Terra, com uma vista soberba de 360º desde o Faial da Terra até Vila Franca do Campo. Para além da vista magnífica pode disfrutar de um ponto de vigia que antigamente era usado para observar as baleias.
Faial da Terra uma aldeia piscatória onde é possível fazer o Trilho do Sanguinho (PRC9SMI), um trilho circular, de dificuldade média, onde vai poder observar vários pomares de ambas as margens da ribeira e tomar banho nas águas frias e translucidas da Cascata do Salto Do Prego. Nós não fizemos este trilho por falta de tempo.
Continuando pela estrada nacional fomos em direção a Nordeste, mas com a enchurrada que tinha acontecido na véspera, a estrada estava cortada, mas nem mesmo isso nos demoveu de ir ao encontro de um dos miradouros mais bonitos da ilha. O Homem falou com um senhor das obras que nos disse que podíamos passar apesar da estrada ter alguns trajetos com lama, o que a torna perigosa e lá fomos nós, eu a reclamar como já é normal e o Homem todo contente com as suas estradas sinuosas e agora com lama, até parecia que estava no Rali dos Açores!O que é certo é que apesar da estrada estar perigosa, valeu muito a pena, uma estrada só para nós, com uma vegetação exuberante e encostas sinuosas com o oceano a espreitar e com uma paragem no Miradouro da Ponta da Madrugada. Há quem diga que este miradouro é lindo para ver o amanhecer, nós não o fizemos mas confesso que tive pena. Com uma vista para a Serra da Tronqueira, os seus jardins repletos de flores de todas as cores e um parque de merendas com churrasqueiras. É verdadeiramente mágico contemplar o oceano. Éramos apenas nós, o mar e os gatos... eu contei pelo menos 10 mas acho que eram muito mais. É sem dúvida uma ilha de gatos, vacas antipáticas porque nunca se aproximaram de nós e hortenses. A ilha está repleta de estradas com hortenses. É sem dúvida muito bonito!
Continuando pela estrada proibida, com o perigo a perseguir-nos e cheios de adrenalina, como se ainda tivéssemos 20 anos e estivéssemos a fazer algo proibido, quer dizer o Homem estava, eu sempre a reclamar e de coração nas mãos, chegamos finalmente junto do Miradouro da Ponta do Sossego, onde a estrada deixou de estar interrompida ao trânsito. Este miradouro tem este nome pela paz, pela serenidade, pelo sossego que se consegue sentir e marca a diferença pelos seus cuidados e bonitos jardins e com a sua esplendorosa vista sobre a Fajã do Araújo e sobre a Praia do Lombo Gordo.
A nossa próxima paragem foi na Fábrica de Chá da Gorreana, antes da Ribeira Grande. Podíamos ter seguido pela Via Rápida mas o Homem gosta mais de nacionais, pelas curvas, pela beleza circundante, por ter a oportunidade de falar com os locais. Esta fábrica dedica-se ao cultivo do chá preto e verde desde 1883 e é a mais antiga produtora de chá da Europa.
O acesso à fábrica é gratuito onde pode observar as instalações da fábrica com a sua maquinaria que conta a história da fábrica, passear junto das plantações de chá e provar no final da visita uma chávena de chá preto e/ou verde. Na loja pode consumir alguns produtos locais, nomeadamente os seus maravilhosos gelados artesanais feitos com fruta regional e comprar licores, doces e chás em saquetas ou em folha. O horário é de 2ª a 6ª das 8 horas às 18 horas e Sábados e Domingos das 9 horas às 18 horas.
Com o final da tarde a aproximar-se, fizemos uma curta paragem no Miradouro de Santa Iria situado próximo da aldeia de Porto Formoso, aqui pode observar a costa Norte da ilha com as suas plantações de chá.
Uma vez na Ribeira Grande fomos provar os conhecidos licores dos Açores na Fabrica de Licores A Mulher do Capote, que foi fundada em 1993 e dedica-se à produção de licores de frutas naturais e aguardentes. Pode visitar a fábrica de forma gratuita com uma curta visita guiada e no final pode fazer uma pequena prova de licores. Destacamos a simpatia dos funcionários e o Licor de Brandy Maracujá, uma delicia. Os outros licores são todos demasiado doces mas o mais conhecido é o Licor de Maracujá e o de Ananás.
Passamos pela Mata Jardim José do Canto, um parque que é mais que um jardim botânico, com as suas plantas endémicas e uma cascata, o Salto do Rosal, onde pode fazer uma paragem para disfrutar da paisagem envolvente ou tirar umas fotografias.
Na nossa opinião este trilho devia ter acabado neste ponto, o resto da caminhada é desnecessária pelo perigo de caminhar à beira de uma estrada sinuosa (sem qualquer interesse), com as suas curvas e sem passeios até chegar novamente à vila . O conselho que damos é fazer apenas o percurso circular junto da lagoa.
Seguindo pela costa Norte da ilha fizemos uma curta paragem no Moinho do Pico Vermelho, que foi construído entre os séc XVIII e XIX, que foi recuperado de forma a mostrar a tradição da moagem na Ajuda da Bretanha. Este moinho está aberto nos meses de Julho e Agosto e faz lembrar os moinhos Holandeses.
Continuando a rota dos miradouros fomos tirar uma fotografia ao Miradouro da Ponta do Escalvado, localizado na Ponta do Escalvado, no alto de uma rocha escarpada. Aqui é possível observar a costa oeste da ilha com uma paisagem soberba da Vila dos Mosteiros com os seus ilhéus e a Ponta da Ferraria. Neste miradouro pode encontrar uma pequena casa branca que servia de vigia das baleias. Era neste miradouro que se avistavam as baleias ao longe, o que contribuiu para a história e tradição baleeira desta ilha.
Com o dia a aproximar-se do fim e algum cansaço acumulado, fomos descobrir a Ponta da Ferraria, localizada nos Ginetes e as suas piscinas naturais. Um local de paragem obrigatória para contemplar esta maravilha da natureza e refrescar-se ou não, nas águas dos Açores. O Pico das Camarinhas com 309 metros de altura deu origem à Ponta da Ferraria. O contacto entre a lava e o mar originou uma pseudocratera que fez com que resultasse numa piscina natural com as suas águas termais. Quando a maré está cheia a água torna-se mais fria, quando a maré está baixa a água torna-se muito quente, como tal, a melhor altura para dar um mergulho é quando a maré estar a encher ou a vazar. Estas águas podem atingir os 30ºC e mesmo que esteja a chover às águas continuam quentes. As piscinas são vigiadas por nadadores salvadores, existem cordas dentro de água para auxiliar quem precisa e existe infraestruturas de apoio com wc e balneários. É uma sensação espetacular tomar banho nestas águas!
Última paragem deste dia foi na Ribeira Grande no Hotel Verde e Mar & Spa onde ainda fui relaxar na piscina com uma vista magnífica para o mar antes de irmos jantar ao famoso e conceituado restaurante Associação Agrícola de São Miguel com os seus bifes de carne suculenta dos Açores. Aqui também pode comer bife de atum se não for amante de carne.
Tem inicio no parque de estacionamento do parque de merendas dos Remédios, passando por campos cultivados e prados recheados de vacas, até chegar a um túnel que passa por dentro da montanha e desemboca mais parece num mundo encantado, tipo filmes de banda desenhada, num local com uma vegetação muito verde, cerrada, exuberante, com as plantas endémicas predominantes dos Açores.
Saindo deste miradouro fomos contemplar esta lagoa numa outra perspectiva, no Miradouro Cerrado das Freiras, que se localiza na descida da serra para as Sete Cidades. É um espaço que oferece umas vistas soberbas da Lagoa das Sete Cidades e das suas povoações à volta. Foi difícil tirar uma fotografia tal era a sua afluência turística.
Uma vez na vila das Sete Cidades destacamos uma visita à igreja, foi considerada uma das 7 maravilhas naturais com as suas lagoas de cor verde e azul, formadas segundo a lenda das lágrimas de uma princesa e de um camponês que viveram um amor proibido e nunca puderam casar. A princesa tinha olhos azuis e de tanto chorar formou a lagoa azul e o camponês com os seus olhos verdes de tanto chorar formou a lagoa verde.
De regresso ao carro fizemos uma paragem para contemplar a beleza da Lagoa do Canário, integrada no Parque Florestal da Mata do Canário, sinónimo de tranquilidade, serenidade e paz. Encontra-se a 800 metros do nível do mar e surgiu por causa de uma cratera vulcânica formada no local, está rodeada por florestas laurissilva e criptomérias. Esta lagoa é conhecida pela Bruma dos Açores, devido ao seu microclima e à grande percentagem de humidade aqui existente, formando algumas nuvens junto da lagoa, que transmitem a sensação de chuva.
Já passava da hora de almoço e a barriga já dava horas à algum tempo, fizemos uma curta paragem no Aqueduto do Carvão e no seu Miradouro do Pico do Carvão para uma fotografia e fomos degustar a nossa refeição, sempre bem regada de uma bom vinho Português, no parque Chanquinho das Moças, um parque de merendas com mesas, bancos, e churrasqueiras. Éramos apenas nós e como companhia tínhamos os gatos, omnipresentes nesta ilha. Já tinha referido que esta ilha é recheada de vacas, gatos e hortenses?
Chegou a altura da Vanessa ir a banhos e fomos descobrir a Cascata do Salto do Cabrito, localizada no concelho de Ribeira Grande.
O carro a descer e a Vanessa de coração apertado (atenção se for cardíaco, o melhor é deixar o carro no parque de estacionamento mesmo antes da descida).
Pagou 3 euros, com a promessa de enviar mais dinheiro se fosse um valor superior e escreveu a morada de envio, agradeceu e seguimos viagem. Confesso que nunca imaginei que a pedra chegasse a Lisboa.... mas chegou... a Senhora Carla foi bastante honesta e muito simpática e através do seu ato conseguimos trazer um pouco da história dos Açores e aqui fica a prova do resultado final da pedra vulcânica.
"A viagem da descoberta consiste não em achar novas paisagens, mas em ver com novos olhos" Marcel Proust
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