Mata Pequena

 

            GUIA DE VIAGEM PARA UM PASSEIO DE 1 DIA PELO OESTE




A menos de 1 hora de Lisboa é possível encontrar pequenas aldeias, praias com vistas soberbas, pequenos refúgios para uma escapadinha de um dia ou mesmo de um fim de semana.
Numa manhã de sábado ensolarado, a nossa alvorada, descontraida e sempre com a nossa geleira elétrica, foi às 8 horas com destino à Praia da Adraga, no concelho de Sintra, encontrando-se inserida no Parque Natural Sintra-Cascais, para visitar o Fojo da Adraga, ou mais conhecido por Fojo dos Morcegos. 

Fojo dos Morcegos
, um poço furado na vertical, com aproximadamente 90 metros de profundidade e que comunica diretamente com o mar, formando uma gruta, resultado da ação perfuradora das águas da chuva, conjugada com a ação do mar, originando algumas grutas e fendas. 

Conta a lenda, que na altura dos romanos, existia um Tritão no fundo da gruta, com vista para o Fojo, a tocar búzio. Na realidade esse barulho era nada mais, nada menos, que o barulho das ondas do mar.




Para visitar este recanto, deve deixar o carro no parque de estacionamento da Praia da Adraga e voltar para trás, virando por uma estrada de terra batida que se encontra à direita. É um percurso bastante simples, de aproximadamente 10 minutos a caminhar. 

Nesta estrada, o trânsito está limitado apenas a proprietários de terrenos e à proteção civil, embora nós tenhamos encontrado alguns carros no percurso e algumas caravanas parqueadas junto das falésias com vista para o mar. Na maioria eram estrangeiros, mas também encontramos alguns Portugueses. Nós respeitamos a sinalização e não levámos o carro. 

Valeu uma caminhada!



Deixando o Parque Natural de Sintra- Cascais, fomos visitar a Aldeia da Mata Pequena, um tesouro escondido no meio da natureza, localizada perto de Mafra e a cerca de 30 minutos de Lisboa.
É uma pequena aldeia saloia que atualmente é apenas turística, mantendo as tradições, a arquitetura e os costumes da antiga aldeia.




Apresenta uma única rua com casas de pedra de um lado e do outro, acompanhadas com bastante verde da vegetação, até uma praça central, onde existe um pequeno santuário, uma eira, uma prensa vinícola, uma zona para fazer piquenique e uma zona com bancos de pedra para relaxar e contemplar a natureza. 

Na nossa visita, tivemos a sorte de encontrar um agricultor a espalhar as favas para malhar, na eira. O Homem adorou, ou não fosse ele da aldeia, mas mais tarde percebemos que as tradições que tentam preservar não são de produção própria, mas sim compradas a agricultores de aldeias vizinhas, para dar o privilégio aos visitantes de apreciarem o modus vivendis de outros tempos. 











Nesta aldeia, ainda pode encontrar pequenas hortas comunitárias e alguns animais de quinta, nomeadamente cavalos, porcos, galinhas. Aqui pode aproveitar o sossego, a tranquilidade e deixar a azáfama do dia a dia. Aqui o tempo pára e vive-se o momento! Sem dúvida uma agradável surpresa tão próximo da nossa capital.

Aldeia das Broas foi a nossa próxima paragem, uma aldeia abandonada há mais de 40 anos e totalmente desabitada, com as suas casas originais, bastante destruídas e pilhadas pelo homem e por intempéries provocadas pela natureza. Aqui existem pouco mais de 9 habitações de pedra, um lagar, várias eiras, alguns armazéns e currais para os animais. Os aldeões viviam sobretudo da agricultura e pecuária. No centro da aldeia, encontra-se um freixo com bancos de pedra onde a população se reunia para conviver e discutir assuntos importantes.



Há mesmo quem chame esta aldeia de "cidade fantasma". Uma pena o seu estado de degradação, com as suas habitações cobertas de ervas daninhas. 

Localiza-se em Cheleiros, no concelho de Mafra, no meio da natureza e a melhor forma de chegar à aldeia é deixar o carro em Almorquim (38°53'17.3"N 9°20'57.4"We deslocar-se a pé (cerca de 600 metros), navegando com vista satélite entre a estrada romana das Broas, por estradas de terra até à aldeia abandonada. O google maps propõe o acesso à aldeia via Rio Lizandro, que para além de ser mais distante, culmina com uma subida penosa. Nós optamos pelo percurso através de Almorquim. 

O nome Broas deriva da topografia do terreno em que se insere a aldeia, com várias oscilações cónicas. Junto da aldeia encontra-se a Ribeira da Cabrela e o Rio Lizandro. É verdadeiramente fantástico percorrer este caminho e fazer uma viagem ao passado e imaginar os aldeões a percorrer estas estreitas estradas de terra a pé ou a cavalo. Broas foi tendo cada vez mais uma população envelhecida, os jovens foram deixando a aldeia à procura de novas oportunidades e os acessos à aldeia não acompanharam a tecnologia atual, o que tornou cada vez mais difícil o acesso com veículos motorizados. Muitos dos habitantes que abandonaram Broas, fixaram-se em aldeias vizinhas ou emigraram para outros países, como França ou Suiça. Diz-se que a última moradora desta aldeia foi a Ti Jaquina em 1969.




Com a barriga a dar horas, estava na altura de encontrar o melhor estábulo para a nossa degustação. 

Deslocamo-nos de carro, sempre por estradas nacionais até Santa Cruz. Tiramos a nossa geleira do carro e escolhemos o nosso restaurante num miradouro, onde existe um marco geodésico com vista para a Praia de Santa Cruz. 









Deixando a Praia de Santa Cruz para trás, fomos fazer uma caminhada nos Passadiços das Escarpas da Maceira, na EN127, em Maceira, no concelho de Torres Vedras, mesmo junto da estrada, que na nossa opinião estragou o encanto dos passadiços. É um percurso bastante simples e curto, com aproximadamente 1 km ou 2 km se fizer ida e volta. Possui algumas escadas o que dificulta a caminhada se tiver um carrinho de bebé, ou para pessoas com mobilidade reduzida.

Foi inaugurado em Julho de 2019, com o objetivo de ligar as localidades de Porto Novo e Maceira, através de um circuito pedonal. Aqui pode encontrar alguns observatórios de forma a contemplar as escarpas calcárias da Maceira que se prolongam ao longo do Rio Alcabrichel. Este curso de água, nasce na Serra de Montejunto e desagua nas águas da praia de Porto Novo. Neste rio, se tiver sorte e com o pouco caudal de água existente, devido à seca que o país atravessa, por falta de chuva, pode encontrar um peixe Ruivaco-do-Oeste, que só existe neste rio e no Rio Sizandro.


Nós fizemos o passadiço (que para nós teve pouco interesse) a caminhar e em vez de regressarmos pelo mesmo percurso, o Homem insistiu em descer a encosta e voltar pela estrada, junto ao Rio Alcabrichel. Na nossa opinião, o passadiço teria sido bem mais interessante se tivesse sido construído junto da margem do rio.



Depois de esticarmos as pernas na nossa caminhada, o Homem tinha planeado ir visitar uns moinhos na zona da Lourinhã, os Moinhos de Pinhôa ou Moinhos da Moita dos Ferreiros. Infelizmente encontravam-se encerrados. Uma pena!
Um conjunto de cinco moinhos de vento, que mantêm as características da região, tendo sido recuperados. Um dos moinhos é agora um café, com venda de artesanato e encontra-se aberto durante a semana das 14h às 18h. Nos sites dizem que estão abertos todos os dias, mas quando lá chegamos encontramos uma placa com uma informação, que só se encontravam abertos durante a semana. Não sei se era por ser Agosto! 
Valeu pelo passeio, pela paisagem dos campos cobertos de abóboras, pela paz de espirito e tranquilidade do local. 



Regressamos a casa pelo litoral, passando pela Ericeira, com a intenção de beber um café numa esplanada, mas o turismo era arrepiante, ou não estivéssemos em Agosto, como dizia a canção do Dino Meira "meu querido mês de agosto" e lá vêm os turistas e os emigrantes. Nem conseguimos encontrar um buraquinho para estacionar a viatura, desistimos e seguimos para casa.

Com mais uma aventura, uma história para contar, para escrever, sempre com a mesma intensidade, com a mesma vontade de sonhar, de partir, de fazer mais um percurso, de percorrer mais um caminho arrufado e fazer de mais uma viagem, a nossa história!!!



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