Hermanando

 

GUIA DE VIAGEM PARA UM PASSEIO RICO EM HISTÓRIA, CULTURA E PAISAGENS ARREBATADORAS PELA EXTREMADURA E NOROESTE ESPANHOL


(Roteiro de 3 Dias)




Extremadura Espanhola situada no sudoeste da Península Ibérica, divide-se em duas províncias: Cáceres e Badajoz. A sua capital é Mérida, uma cidade histórica, fundada pelos Romanos no séc I A.C, onde podem ser encontrados vestígios romanos, como o Teatro Romano, o Templo de Diana muito parecido com o nosso templo em Évora mas mais bem conservado, a Ponte Romana com 792 metros e que atravessa o rio guadiana, o Aqueducto de los Milagros, entre outros. 

Salamanca localizada no noroeste de Espanha, na região de Castela e Leon. Uma cidade histórica e universitária, com a sua famosa Universidade de Salamanca, fundada em 1218, sendo a mais antiga de Espanha, com a sua fachada do estilo plateresco, uma arquitetura da primeira Renascença Espanhola, com elementos decorativos que imitam peças de ourivesaria. Uma cidade que não dorme, com muitos estudantes de todo o mundo e que contribuem para a grande agitação da cidade, principalmente noturna.

O clima destas regiões é um clima mediterrânico, com Verões muitos quentes e Invernos extensos, frios e chuvosos. Como tal, a melhor altura de visitar a Extremadura e o Noroeste Espanhol, onde se localiza a cidade de Salamanca, é na Primavera. Também pode visitar no Outono, mas depois de Verões secos e quentes, dificilmente encontrará água nas cascatas ou mesmo nos percursos de água que visitamos. 

Em relação ao alojamento se não for em alturas festivas, ou de férias, não é difícil de encontrar e pode ser marcado em vários motores de busca e comparador de preços de hoteís, mesmo que seja em cima da hora. Nós marcamos pelo Booking, por opção nossa.

A gastronomia espanhola é bastante conhecida pelas tapas, paellas e parrilhadas de carne ( a nossa grelhada mista), mas atenção aos horários dos restaurantes nas aldeias. A maioria só serve até às 22 horas. La Alberca é conhecida por vários restaurantes com presunto (jamon ibérico de bellota). Em Salamanca é muito conhecido o hornazo (torta de carne espanhola) e a chanfana de cordeiro.

Outra informação importante e que deve ter em conta é descarregar os mapas offline, uma vez que vamos fazer alguns percursos dos nossos caminhos arrufados por serra (Serra de Francia e Serra da Gata) e o sinal GPRS é muito fraco ou quase inexistente. Nós usamos do google maps, mas pode usar outro ao seu gosto.


1º Dia - Lisboa, Salto del Gitano, Castillo de Monfrague, Cascata Bonal, La Alberca


Para quem nos conhece, sabe que sempre que fazemos um dos nossos passeios levantamo-nos de madrugada para aproveitar o dia ao máximo e levamos sempre connosco, a nossa geleira elétrica para almoçar nos melhores locais que encontramos. 

Neste nosso caminho arrufado isso não aconteceu. Tivemos de trabalhar de manhã e só saímos de Lisboa depois das 13 horas e sem a nossa geleira.

Como sabem, o Homem é sempre muito organizado e leva o passeio bem delineado no google maps, com todos os pontos marcados, o que nos permite ter uma noção do tempo que demoramos até cada um dos locais que pretendemos visitar. Só para terem uma ideia, nós saímos de Lisboa às 13h30 pela A1 e depois pela A6 até chegar a Badajoz. Depois seguimos pela N-523 e E-803 até ao primeiro ponto do nosso mapa, Salto del Gitano. O Homem disse que tendo em conta que em Espanha é mais uma hora, só teríamos 2 horas de sol e tinham de ser bem aproveitadas.
Deixo o link do nosso percurso.



Salto del Gitano
ou Peña de Falcon, a nossa primeira paragem, o ex libris do Parque Nacional de Monfrague, situado a norte de Cáceres, na Extremadura de Espanha. 

Uma enorme rocha quartzítica, com aproximadamente 300 metros de altura, que se ergue majestosamente das águas do rio Tejo e que atravessa literalmente a Serra de Corchuelas, criando esta maravilhosa paisagem. 






Neste miradouro, que se encontra mesmo à beira de estrada, pode observar várias aves de rapina a sobrevoar e a planar muito próximo dos penhascos, algumas são verdadeiramente assustadoras. 

Estas impressionantes falésias rochosas formadas pelo Tejo e o seu afluente, Tietar, são o cenário ideal para a nidificação das aves de rapina, como a águia imperial ibérica, o abutre-preto, o grifo, a cegonha-preta, o abutre do egipto, o bufo-real, entre outras. 

Este miradouro oferece magníficas vistas sobre o rio Tejo e muito perto dele, existe um pequeno parque de estacionamento, um parque de merendas e alguns bancos de madeira para contemplar e apreciar a paisagem ou apenas descansar no meio da natureza.




O miradouro do Salto del Gitano apresenta este nome devido ao seu imponente rochedo, Peña del Falcon e de uma lenda antiga de Cáceres de um cigano e de um guarda civil. O cigano vivia naquela zona e roubava e agredia os pastores e mercadores que ali passavam, um dia, ao fugir de um guarda civil, saltou do rochedo, para o rio Tejo e conseguiu chegar ao outro lado da serra onde o esperavam outros ciganos que zombaram com o ar incrédulo do guarda civil, deixando-o petrificado, dando origem à forma da rocha que compõem este conhecido local. Se a lenda é verdadeira ou não, nunca saberemos. 

Foi neste cenário que o Homem tirou o drone e voou, com uma águia a passar muito próximo do drone e eu a imaginar o bichinho a mastigar o nosso brinquedo. Voou pouco tempo por ser uma área protegida e um senhor espanhol nos ter avisado que era proibido voar e que as multas eram pesadas, nas palavras dele. 

Neste local existem inúmeros percursos e roteiros para observação de aves de rapina e para os amantes de birdwatching.



Muito próximo deste miradouro encontra-se o Castillo de Monfrague, mas comecemos por explicar o termo Monfrague, que vem da época romana, Monsfragorum, que significa Monte Fragoso.

Este castelo foi construído no séc XV, sobre as ruínas de um antigo castelo muçulmano. A subida ao castelo não é difícil mas tem de subir alguns degraus, não esmoreça porque vai ver que vale a pena. As vistas de cimo do castelo são soberbas e o silêncio e a tranquilidade são ouro, permitindo uma visão de 360º sobre o Parque Nacional de Monfrague e o Rio Tejo. 

Do castelo pouco existe para descobrir, apenas algumas ruínas, uma pequena ermida que se encontrava encerrada e uma torre, que serve de miradouro com vista para o rio. 





Quem for amante de caminhadas, pode fazer o trilho vermelho, um circuito circular que começa em Vilarreal de San Carlos e tem cerca de 16 km, o trilho verde com cerca de 8 km e o trilho amarelo com cerca de 9 km. Nós não fizemos nenhum por falta de tempo. 

Visitar o Parque Nacional de Monfrague é visitar uma zona protegida pela Rede Natura 2000, formada por pequenas serras paralelas onde se encaixa o rio Tejo e o seu afluente rio Tietar. Os acessos ao parque são fáceis por estradas asfaltadas e bem assinaladas. A única povoação dentro do parque é Villarreal de San Carlos onde existe o centro de interpretação e onde são albergados os visitantes. Nós não visitamos. A zona do parque que é permitida visitar é muito reduzida, mas também com os maiores pontos de interesse e os melhores observatórios para ornitologia. 

Continuando pela bonita estrada que acompanha o rio Tejo, encontramos vários miradouros, alguns muito próximos da estrada, com parques de estacionamento e fáceis acessos. Deixo aqui alguns em destaque: Miradouro La Tajadilla, Miradouro La Bascula, Miradouro de la Higuerilla, Miradouro de la Portilla del Tietar.

Mesmo junto da estrada passamos pelo miradouro La Tajadilla, perto da barragem de Torrejon, dotado de um parque de estacionamento, um parque de merendas e um observatório para aves de rapina, que são aos milhares por todo o parque. 

Nós apenas paramos no miradouro de la Higuerilla, onde existe um parque de estacionamento e um banco de madeira com vistas magníficas sobre o rio Tietar. Aqui se tiver sorte, pode observar a cegonha-preta ou o abutre do egipto. 



Na saída a nordeste do parque passamos pelo miradouro de la Portilla del Tietar, um pequeno miradouro com vista para o rio Tietar e onde pode ver e ouvir o grifo ou a águia imperial. 

Com o dia a aproximar-se do fim e o sol quase a despedir-se, foi altura de deixar o Parque Nacional de Monfrague e ir visitar a Cascata del Caozo, na Garganta do Bonal ou também conhecida pela Cascata de Bonal, que se localiza a cerca de 3 km da localidade de Valdastillas. 

Seria uma imagem imperdível da água a descer de cerca de 30 metros de altura por vários blocos de rochas graníticas, isto se a cascata tivesse água. 

Infelizmente devido à falta de chuva e de água nas barragens portuguesas e espanholas e por nos encontrarmos no início do Outono, depois de um Verão quente e seco e de um Inverno pouco chuvoso, não podemos ficar deslumbrados com a imagem de uma queda de água a descer furiosamente pela rocha de granito. O conselho que damos é visitar esta cascata na Primavera ou no final do Inverno. Pode ser que tenha mais sorte do que nós.


O acesso à Cascata de Bonal é bastante fácil, através de uma pequena ponte metálica com acesso quase direto até onde deveria ser a queda de água. Normalmente para sermos contemplados por estas pequenas, grandes maravilhas é necessário caminhar, como o Homem costuma dizer: "as melhores paisagens encontram-se em locais pouco acessíveis de carro", como tal, só de bicicleta ou a pé. Mas esta queda de água encontra-se mesmo à beira da estrada e até existe uma pequeno parque de estacionamento improvisado, mesmo junto da estrada. 

Com o cansaço acumulado de um dia de trabalho e de uma viagem e com o carro reabastecido de combustível, contrariamente à minha vontade, lá foi o Homem fazer umas dezenas de quilómetros por estradas nacionais, pela Serra de Francia, cerca de 105 km, o que traduz em quase 2 horas de caminho até La Alberca. Durante o percurso tivemos o privilégio de avistar alguns veados no seu habitat natural, por sorte não atropelamos nenhum. 

La Alberca, uma pequena aldeia lindíssima na Serra de Francia, a 1000 metros de altitude e a cerca de 80 km de Salamanca. Chegamos muito perto das 22horas e fomos fazer o check in no Hotel que marcamos durante o caminho através do booking, Hotel las Batuecas, um pequeno hotel de 3 estrelas com parque de estacionamento gratuito, Wi-Fi gratuito e  pequeno almoço continental por 5 € por pessoa.



Deixamos o carro no parque do hotel e dirigimo-nos a pé até à praça central, mesmo no centro da aldeia e devido ao adiantado da hora, já não foi possível encontrar um restaurante à nossa escolha. 

Acabamos por jantar no restaurante El Soportal, uma agradável surpresa, pela simpatia da funcionária e pela qualidade da comida. 

O Homem escolheu um entrecot parrillada, um suculento entrecosto de vaca grelhado, e eu escolhi um solomillo roquefor, pedaços de carne de porco com molho roquefor, uma delícia, acompanhado de vinho da casa. 


2º Dia - La Alberca, Meandro del Melero, Mogarraz, Salamanca


Alvorada às 8 horas, depois de um pequeno almoço aceitável, fomos caminhar pelas pequenas ruelas de La Alberca. Deixo aqui o nosso percurso https://www.strava.com/activities/7891361079
O seu nome significa " lugar das águas" e é atravessada por vários cursos de água que correm por canais que se encontram tapados por pedra situada na praça da igreja e que descem pela montanha. 



Esta aldeia com uma arquitetura rural e tradicional, é conhecida pelos seus fumados, principalmente o presunto. 

É uma visão engraçada deambular pelas ruelas da aldeia e encontrar várias lojas com presuntos pendurados. 

Foi neste contexto que o Homem pediu autorização a uma vendedora para tirar uma fotografia aos fumados, o que nos levou a entrar na loja e a comprar. O presunto é realmente muito saboroso.







A praça central é o local mais movimentado da aldeia e também o mais rústico, pela beleza das casas todas às riscas e algumas com varandas coloridas com várias flores. Um verdadeiro encanto.

Nesta praça encontramos muitos restaurantes todos eles com esplanadas, vários vendedores ambulantes, lojas com muito artesanato local, o teatro municipal e uma loja de turismo, com informação durante 24 horas através de um écran interativo.



Caminhando um pouco mais, encontramos pequenas ermitas e a igreja principal, onde destacamos a figura de um porco em pedra. 

Uma das tradições da aldeia está relacionada com o porco de pedra (cerdo em espanhol), conhecido pelo Cerdo de San Antón

Quando se celebram as festividades de Santo António de Pádua, no dia 13 de Junho, soltam um porco, depois deste ter sido benzido.  

O animal circula na aldeia até ao dia 17 de Junho, onde irá ser sorteado pelos habitantes da aldeia. Durante o tempo que o porco permanece na aldeia, é alimentado pelos habitantes. O dinheiro do sorteio é destinado a obras sociais. 


Antes de deixarmos La Alberca tiramos uma fotografia à sua pequena ponte romana e voltamos para o carro para irmos contemplar a beleza das águas do rio Alagón que formam um meandro, o Meandro del Melero. Chama-se meandro a uma curva acentuada de um rio que deixe uma parte côncava e convexa da terra. A curva que o Rio Alagón faz é bastante acentuada e transmite a sensação de uma pequena ilha no meio do rio. 



A melhor forma de apreciar este magnifico cenário é através do Miradouro La Antigua. Aqui vai encontrar um parque de estacionamento e um passadiço de madeira até ao miradouro, o que permite o acesso a pessoas com carrinhos de bebé ou com mobilidade reduzida.  



É um excelente local para observar e fotografar aves de rapina, como o abutre, o grifo, a cegonha-preta, ou a águia com botas, apreciar toda esta beleza natural e sentir a tranquilidade e paz de espirito que toda esta natureza nos transmite. Quem for amante de caminhadas também pode fazer um trilho até junto de meandro por entre pinheiros e castanheiros. 

A melhor altura de visitar o meandro é na altura das cheias do rio Alagón, normalmente na primavera ou no final do outono, quando o rio transporta mais água e é a melhor altura de se observar o meandro e o ilhéu. Nós não tivemos essa sorte e o meandro quase não tinha água, mas mesmo assim é um local maravilhoso, com uma paisagem única, um verdadeiro capricho da natureza e que aconselhamos fortemente a visitar. 



A nossa próxima paragem foi em Mogarraz, outra aldeia que se localiza no meio da Serra de Francia, protegida por uma densa floresta de carvalhos e castanheiros, a 7 km de La Alberca e a 600 metros de altitude. 


Mogarraz,
uma aldeia histórica, medieval e pitoresca, que manteve a sua arquitetura e tradições culturais, merecendo a atribuição de um título de Conjunto Histórico. Os seus habitantes têm origens árabes e judaicas. 

O que distingue esta aldeia das outras, é sermos recebidos por rostos pintados nas paredes das casas ao longo de toda a aldeia. 

Em 1960, durante a crise económica, muitos habitantes foram obrigados a emigrar e um fotografo local, Alejandro Martin Criado criou fotos de todos os habitantes da aldeia nas paredes das suas habitações, uma forma de homenagear a população e permanecer vivas as suas memórias. 

As fotos ficaram em arquivo até 2008, quando o pintor Florencio Maillo transformou as fotografias de quase 400 pessoas, em retratos espalhados pela aldeia. Parece uma galeria de arte a céu aberto.



Deambulamos pelas estreitas ruelas bem cuidadas da aldeia, ouvindo o sussurrar da água nas fontes até chegar à sua praça central onde existe maior turismo e a igreja principal. 

É verdadeiramente mágico caminhar pela aldeia e olhar para os rostos que nos espreitam junto das janelas, ou das fachadas das casas, tentar imaginar de quem seria aquele rosto, como cresceu, como morreu. 

É impossível ficar indiferente a esta pequena maravilha e talvez por esse motivo, é considerada uma das aldeias históricas mais bonitas de Espanha. 





Despedimo-nos da serra e deslocamo-nos por estradas nacionais (CL-512) em direção a Salamanca, que são aproximadamente 84 km. Chegamos ao nosso destino às 12 horas e estacionamos o carro num parquímetro, que só é pago durante a semana e aos sábados até às 14 horas, o que nos permitiu deixar o carro estacionado durante toda a nossa estadia. 



O carro ficou muito próximo do centro, numa rua lateral ao Convento de San Esteban, construído no séc XVI e XVII, um convento de estilo gótico, com decoração de estilo barroco, da ordem dos Dominicanos. 



Começamos a nossa caminhada até ao nosso primeiro ponto marcado no mapa do google maps, o Mercado Central de Salamanca, o mais antigo da cidade, muito próximo da Plaza Mayor, aberto todos os dias, exceto ao domingo, das 8 às 15 horas. 

Aqui tivemos o prazer de observar os preços, sentir os cheiros das frutas, dos enchidos e fumados, vivenciar a cultura dos salamantinos, os habitantes de Salamanca.

O que mais nos impressionou, foi que apesar da confusão dos habitantes de Salamanca misturados com turistas e do barulho que se fazia sentir, como é normal em qualquer mercado, o espaço encontrava-se muito limpo e cuidado. 

Plaza Mayor foi a nossa próxima paragem, onde o Homem tirou o drone da mala e voou, ficando com uma vista aérea incrível da praça. Uma das maiores praças públicas e talvez das mais bonitas de Espanha, sendo utilizada para reuniões populares e localizada no centro histórico da cidade de Salamanca. O edifício da perfeitura situa-se do lado norte, construído no estilo barroco, com cinco arcos de granito e um campanário, com quatro figuras alegóricas. Várias gerações viveram momentos nesta praça, que nunca esquecerão e alguns mesmo até a chamam de "sua sala de estar". No séc XIX no centro da praça haviam bonitos jardins e havia um ritual em que os homens marchavam no sentido horário e as mulheres marchavam no sentido anti horário. Este estranho costume levou a várias histórias de amor. 


Uma praça que pouco mudou ao longo dos anos, com muita animação de rua, seja de dia ou de noite e com muitos restaurantes com esplanadas ao longo de toda a praça. É nesta zona da cidade, sob os 88 arcos onde pode encontrar as melhores, mas também mais caras Taperias, onde se pode sentar, degustar de um copo de vinho ou cerveja e de uma belíssima tapa, ou não estivéssemos em Espanha. Durante o dia a praça tem movimento, mas durante a noite e talvez por ser sábado e estarmos numa altura universitária, esta praça transforma-se e só vemos gente gira, excêntrica, de todo o mundo, e ouve-se vários tipos de idiomas, já para não falar dos estudantes universitários. Salamanca é sem dúvida uma cidade universitária, contemplamos isso até pelo número de ciclovias que percorrem a cidade. 


Continuamos o nosso caminho por ruas empedradas, carregadas de história e edifícios renascentistas, góticos, barrocos, todos eles majestosos, passando por algumas praças com várias esplanadas e algumas fontes, até ao Pátio Chico, o único local onde podemos contemplar as duas catedrais, a velha e a nova.

Seguindo até à Plaza Anaya, uma animada praça, com imenso turismo e onde se localiza o Colégio de Anaya, fundado no séc XV por Diego de Anaya, que teve a iniciativa de criar uma escola para os menos afortunados terem acesso a estudar. Atualmente é a Faculdade de Filologia. 


No centro da praça existe um pequeno jardim que é frequentemente utilizado para realizar eventos ao ar livre. Desta praça ainda se pode visualizar a Igreja de S. Sebastian de origem barroca e do lado contrário à Faculdade de Filologia, encontramos a Catedral Nova de Salamanca. 


O Homem não queria gastar dinheiro mas eu convenci-o a comprar bilhetes para visitar as catedrais. (12€ por pessoa que não inclui a visita à cúpula).
As duas catedrais estão ligadas entre si e são ambos monumentos com grande relevância histórica. A visita tem inicio na Catedral Nova e a saída é feita através da Catedral Velha. Na realidade é quase uma única catedral com dois templos unidos entre si. 


Catedral Nueva
, construída no séc XVI, do estilo gótico, com adições renascentistas e barrocas, com o seu interior com várias figuras esculpidas, com uma arquitetura muito rica e muito bem iluminada. É a sede da diocese de Salamanca.

Catedral Vieja, construída no início do séc XII até ao séc XIV, com uma arquitetura românica e gótica. A porta principal ainda conserva duas estátuas, que representam cenas da Anunciação. Foi dedicada a Santa Maria da Sede. Quando saímos da catedral nova e entrámos na velha, fomos agradavelmente surpreendidos por um casamento e tivemos tanta sorte que a noiva estava a entrar na igreja e o Homem conseguiu tirar uma fotografia. Foi uma imagem muito gira que guardamos da nossa visita a Salamanca. 



Descemos a rua de los libreros e fomos visitar o Huerto de Calixto y Melibea, um pequeno jardim com muitas árvores, plantas, vários bancos de jardim em madeira e colocados em locais estratégicos, propícios para um encontro de namorados e o nome do jardim faz jus a isso mesmo. 
No livro La Celestina, de Fernando de Rojas, este jardim era o ponto de encontro dos amantes Calixto e Melibea. 

Saindo do jardim e continuando a descer a rua, encontramos a Cueva de Salamanca, para nós um local de pouco interesse, o que se vê é exatamente o que está na fotografia, um arco com uma porta que dá acesso a um buraco com exposição solar, tapado com grades metálicas, e nada mais. 
Existe uma lenda popular que diz que aqui era a porta de entrada para outra cidade. Ao fim de semana existe um espetáculo de luzes à noite. 



Foi altura de pararmos numa esplanada para nos refrescarmos com uma cerveja, uma Caña, como se diz em Espanha e aproveitamos este momento para procurar um hotel para essa noite. O estacionamento nesta cidade, como em qualquer cidade Europeia não é fácil, existindo vários locais apenas para residentes. Quando chegamos à cidade tivemos sorte e deixamos o carro bem estacionado muito próximo do centro e por essa razão não o quisemos tirar do local, o que nos condicionou a fazer todo o nosso percurso a pé. Por essa razão o hotel também não poderia ser muito longe e escolhemos um de 4 estrelas, a 600 metros de centro.

Quem já nos conhece sabe que o Homem nunca leva nada marcado, porque nunca sabemos até onde o cansaço nos leva e enquanto tivermos luz solar podemos sempre ir mais além. 

Desta vez foi um pouco diferente porque ambos queríamos ver e sentir a noite desta magnifica cidade. Marcamos o hotel pelo booking, o Hotel Exe Salamanca, um excelente hotel com bons quartos e um completíssimo pequeno almoço, com uma oferta no quarto de uma garrafa de água e um saquinho de gomas. Uma cortesia inesperada. O parque de estacionamento é interior mas pago, para nós isso não foi um problema porque já tínhamos carro estacionado. 

Antes de irmos descansar as pernas ao hotel, caminhámos até à Ponte Romana, conhecida pela Puente Mayor del Tormes, uma ponte pedonal ou ciclável, que atravessa o rio Tormes. 
Apenas os arcos mais próximos a Salamanca são da época romana, o restante corresponde à reconstrução do séc XVIII. 

Atravessamos a ponte para a outra margem do rio e o Homem tirou o drone e fotografou a cidade de Salamanca. Esta imagem é o símbolo icónico desta cidade, com vista sobre a ponte romana e com as duas catedrais a espreitarem por trás. 
Se contemplarmos esta imagem ao final da tarde, com a luz do sol a incidir nos majestosos edifícios góticos e barrocos, conseguimos ver uma cor dourada, e por esse motivo Salamanca tem o cognome de La Dorada.



Com o cansaço a acumular, deixamos os nossos pertences no hotel e como ainda era cedo, a recepcionista facultou-nos um mapa da cidade e explicou que a 100 metros do hotel existia um jardim muito bonito, O Parque de los Jesuitas. Nós fomos visitá-lo e não nos arrependemos. 

Um parque recomendado para fazer exercício físico, para quem pretende apenas caminhar ou andar de bicicleta na ciclovia circular em todo o parque, ou apenas passear e disfrutar do verde da vegetação, do chilreal dos passarinhos ou de ouvir as crianças a brincar no parque infantil. Aqui também pode encontrar um lago com peixes e um café / restaurante com esplanada. Este é considerado o pulmão verde de Salamanca.



Cansados, depois de 15 km de caminhada, mas de coração cheio e alma preenchida de tanta informação e beleza, deixamos aqui o nosso percurso diurno.



Neste dia, 1 de Outubro, é o aniversário do Homem e ele queria ir jantar tapas, o típico dos nuestros hermanos. Como tal, pedimos sugestões à simpática senhora da recepção, que nos informou que as Taperias que se localizam na Plaza Mayor são muito boas, mas caras e que os estudantes costumavam ir para uma rua com vários restaurantes só de tapas, um pouco mais a norte do hotel, a cerca de 600 metros e foi o que nós fizemos.


Caminhamos para norte sempre com o nosso GPS ligado (https://www.strava.com/activities/7896493398) para não nos perdermos, passamos por uma praça repleta de animação, com carroceis, com vários vendedores ambulantes, diversas esplanadas repletas de gente, turistas, mas não só, muitos estudantes e alguns salamantinos. Pareceu-nos que esta zona da cidade é menos turística, mas não menos povoada, talvez por ser sábado. Aqui encontramos vários estabelecimentos comerciais, algumas lojas de alta costura e muita gente nas ruas. 

Chegamos finalmente à rua e fomos surpreendidos por vários restaurantes de um lado e de outro, todos eles com esplanadas que ocupam o passeio e com os carros a circular na estrada. Uma rua cheia de estudantes universitários, onde tivemos o privilégio de ouvir vários idiomas.
 
Depois de calcorrearmos a rua cima abaixo, lá nos decidimos por um dos restaurantes onde fomos muito bem atendidos e para começar degustamos de um prato de carnes frias e queijo, continuando com um biqueirão em vinagrete, um solomillo de vaca e uma tosta (tapa) de cogumelos e presunto com queijo, tudo regado com um vinho tinto da região de Zamora.


Depois de saciados, fizemos a nossa caminhada até ao centro histórico da cidade, passando pela Plaza Mayor, esta praça à noite parece ainda mais bonita, toda iluminada e com imensa gente a passear. 
Podemos mesmo dizer que a Plaza Mayor exala uma magia especial a qualquer hora do dia ou da noite.

Sendo uma cidade universitária a vida noturna dura até altas horas da madrugada e podemos quase dizer que existem mais pessoas nas ruas durante a noite que de dia. 


Neste fim de semana havia uma festa que recriava o casamento de D João I, Rei de Castela com D. Filipa de Lencastre, filha de D. Fernando de Portugal. O cortejo teve início na Plaza Mayor e seguiu pelas ruas do centro até junto da Casa de las Conchas, onde a corte dançou as músicas tradicionais dessa época. Foi um espetáculo gratuito, que nós tivemos a sorte de presenciar e apreciar, sentados numa esplanada muito próximo do local, a aquecer a alma com um copinho de vinho da região.


Tiramos uma fotografia a esta carismática casa, um edifício gótico, com uma fachada decorada com mais de 300 conchas. 
Atualmente é a biblioteca pública de Salamanca e é sem dúvida uma imagem muito engraçada. 



3º Dia - Salamanca, Cidade Rodrigo, Penha Garcia, Monsanto, Miradouro da Foz do Cobrão, Miradouro do Cristo Rei, Santarém

Depois de um excelente pequeno almoço no hotel, com tudo o que tínhamos direito e que nos permitiu refundir umas sandochas para comer ao almoço, saímos do hotel pelas 8h30 em direção ao carro. 
Quando chegamos perto da nossa viatura, deparamo-nos com vidros no chão e percebemos que o carro estacionado atrás do nosso tinha sido assaltado, um carro velho que nem devia ter nada para roubar. Coitado do proprietário quando chegar perto dele!

Antes de deixarmos a cidade de Salamanca o Homem quis passar perto da ponte cicloviária Tejares, na zona universitária. É uma ponte mais bonita nas fotografias do que presencialmente e por essa razão não paramos, nem tiramos fotografia.

Continuando o nosso caminho em direção a Portugal, por A-62, fizemos uma pequena paragem na Cidade Rodrigo, localizada a oeste da província de Salamanca e considerada Conjunto Histórico-Artistico, pelas suas riquezas do séc XV e XVI. 

É uma vila fortificada e no interior das muralhas podemos encontrar a Plaza Mayor, onde destacamos algumas casas senhoriais e a Catedral de Santa Maria, construída no séc XII, com um interior muito rico e um bonito claustro. A visita é gratuita e vale bem a pena. 

Ainda no interior das muralhas na Plaza del Castillo, podemos encontrar o Castelo Alcazar Enrique II, hoje transformado num hotel. Neste local encontrámos um miradouro onde podemos contemplar o Rio Águeda e a ponte romana antiga. Nesta praça estava a decorrer uma Feira Medieval, mas como era de manhã ainda estava fechada. 


Antes de chegar a Portugal atestamos o carro em combustível, que continua a ser mais barato em Espanha e despedimo-nos deste país com uma fotografia às vaquinhas espanholas e uma delas até fez pose para a foto. O Homem adora tirar fotografia a estes bichinhos. 



Uma vez em Portugal, fomos visitar Penha Garcia, uma freguesia no município de Idanha-a-Nova, uma aldeia com imensa história para contar, com vestígios romanos e pré-históricos. 

Não visitamos a aldeia propriamente dita, mas sim a sua Piscina Fluvial do Pego, com uma bonita cascata com água do Rio Pônsul, numa paisagem natural, inserida no meio dos penhascos. 

Um local bem cuidado com acesso à piscina através de uns degraus em pedra, zona ajardinada para descansar e alguns bancos em madeira. No entanto, não existe nenhum WC, nem bar. 


Se tiver interesse em história e em fósseis, cerca de 400 metros (https://www.strava.com/activities/7899275340) deste espaço, continuando a subir os penhascos, encontramos uma aldeia antiga, com poucas casas muito bem recuperadas pela Câmara Municipal, são exemplo disso a Casa do Moleiro e a Casa dos Fósseis que podem ser visitadas das 9h às 12h30 e das 14h às 17h30.

Tivemos tanta sorte que fizemos a visita não só à Casa dos Fósseis, onde observamos icnofósseis que são o rasto deixado pelos trilobites quando procuravam alimento no fundo do mar, como também visitamos a Casa do Moleiro, entre outras casas. 

O Homem mete conversa com toda a gente e falou da sua experiência e das tradições da aldeia com o Sr. Domingos, um simpático senhor que nos fez esta completíssima visita guiada e nos transmitiu uma vasta informação sobre os costumes e tradições antigas da aldeia, mostrando-nos a funcionar um moinho de água, com várias mós e o interior das várias casas espalhadas na encosta, decoradas com os objetos que os antepassados usavam na vida árdua e pobre de quem vivia no campo, no inicio do séc XX. 




Foi neste cenário, que mais uma vez o Homem tirou o drone e tentou voar, sim tentou porque não voou. Devido à irregularidade do terreno, pois o drone necessita de uma zona estável para levantar e aterrar, o Homem colocou o seu "brinquedo" em cima de um banco, sendo a superfície plana e estável, mas esqueceu-se que o banco tinha costas e quando o drone levantou, uma das hélices bateu nas costas do banco e partiu. Claro que o Homem tinha hélices suplentes e rapidamente colocou uma nova, mas o "brinquedo" não voou e ele ficou bastante triste a pensar que tinha estragado o drone. 

Assim deixamos a aldeia Penha Garcia com uma dor no coração, pois o Homem apesar de ter ficado maravilhado com o que viu e ouviu, veio triste com a "morte" do drone e assim, deslocamo-nos até Monsanto.

Monsanto
, uma das Aldeias Históricas de Portugal, considerada em 1938 a Aldeia mais Portuguesa de Portugal pelo regime de Salazar e em 1995 recebeu o título de Aldeia Histórica de Portugal. 

Fica aninhada na encosta de uma elevação escarpada, o cabeço de Monsanto, uma "ilha" de penedos de granito que marca  a geografia da região, em que o ponto mais elevado atinge 758 metros. 

Uma aldeia que conseguiu preservar a sua identidade, contada através de gigantes penedos que se encontram espalhados pela aldeia e sobem até ao altaneiro castelo. 


Nós já tínhamos visitado Monsanto, quando fizemos o nosso caminho arrufado "Raizes de Portugal", para quem quiser ler deixamos aqui o link de acesso. Voltámos por ser uma das aldeias que mais nos encantou, assim como Marialva, outra aldeia lindíssima e com muita história para contar e também porque da outra vez eu estava muito cansada e não consegui subir ao cimo do Castelo, que diziam ter uma vista soberba. 

Desta vez subimos a escarpada encosta, por uma caminho empedrado (https://www.strava.com/activities/7899876609) até ao castelo, ou melhor, ao que resta dele. Diz-se que foi construído em 1165, durante o reinado de D. Afonso Henriques.

Um castelo medieval, a 758 metros acima do nível médio da água do mar, com as suas muralhas reforçadas por várias torres de vigia quadrangulares e onde se pode encontrar as ruínas da Capela de São Miguel, do estilo românico e a Capela de Santa Maria do Castelo. 

A vista é sem dúvida magnifica e a perder de vista sobre a paisagem beirã.

Aqui também podemos encontrar a Necrópole de São Miguel, muito próximo da capela, onde encontrámos sepulturas em pedra, abertas, com forma antropomórfica, retangular ou trapezoidal, muito bem preservadas. A necrópole é anterior à construção da Capela de São Miguel. O seu interior foi usado para enterramentos e no exterior foram abertos arcossólios góticos para abrigar os túmulos.


Todos os anos, em Maio, comemora-se a Festa de Santa Cruz, onde os habitantes da aldeia caminham até ao castelo e as mulheres vestidas com as suas melhores roupas, ao som de adufes e canções populares, agitam marafonas, bonecas de trapo tradicionais da aldeia, transportando na cabeça potes de barro cheios de flores. No cimo do castelo as flores são atiradas sobre as muralhas, simbolizando a vitela, uma forma simbólica de reviver o episódio da salvação da vila. Conta a história, que os inimigos tentavam vencer  pela fome os defensores do castelo e já só existia uma vitela magra e um alqueire de trigo. Uma das mulheres sugeriu alimentar a vitela com o trigo e depois atira-la sobre as muralhas do castelo, iludindo o inimigo que estavam providos de alimentos e que assim levantaram o cerco e retiraram-se da região.

Antes de deixarmos esta bonita aldeia de Portugal, parámos num pequeno e agradável café e bebemos um hidromel, uma bebida alcoólica, fermentada, muito apreciada desde a antiguidade e conversamos um pouco com o proprietário do estabelecimento, um senhor muito simpático, que nos disse que deixou Lisboa à 10 anos para ir viver com a família para a aldeia, à procura de paz e tranquilidade. 


Com a nossa viagem a chegar quase ao fim, foi tempo de fazermos uma curta paragem no Miradouro da Foz do Cobrão, localizado na Serra das Talhadas, com vista sobre o rio ocreza, que abriu caminho por entre os socalcos da rocha originando dois picos quártzicos. Este miradouro é de fácil acesso e localiza-se muito próximo da aldeia de xisto da Foz do Cobrão (a menos de 1 quilometro). 

Nós não visitamos a aldeia, apenas a sua praia fluvial. Um lençol de água mais parecido com uma piscina em que a água se projeta numa pequena cascata, a Cascata do Poço do Mel, que cai sobre as rochas, formando uma pequena lagoa . Do lado oposto à queda de água existe um proeminente rochedo que completa toda esta paisagem natural. Aqui também pode encontrar uma zona ajardinada que permite esticar uma toalha nos dias de sol, um parque de merendas, um WC e um restaurante com esplanada, que se encontrava encerrado por já não nos encontrarmos em época balnear. 




Continuando o nosso caminho sempre por estradas nacionais, evitando as portagens, fomos visitar o Miradouro do Cristo Rei, ou Miradouro da Matagosa, um miradouro que descobri no mapa do google e que ficava a caminho da nossa última paragem antes de casa, Santarém. 

Pela imagem que encontrei pareceu-me bastante bonito e próximo da estrada, mas quando nos deslocamos de carro apercebemo-nos que o piso era uma estrada estreita em terra batida, com vários buracos e algumas pedras e assim, deixamos o carro estacionado e seguimos caminho a pé pelo caminho que serpenteia a serra, são aproximadamente 500 metros a pé e atenção que não existe nenhuma indicação para o miradouro (https://www.strava.com/activities/7900987956). O Homem foi a refilar comigo porque disse que eu vi tudo mal no googlemaps. 


O Miradouro do Cristo Rei, localiza-se no centro de Portugal, próximo de Vila do Rei e em 1974 foi erguido um Monumento ao Cristo Rei, com duas imponentes colunas com uma estátua ao centro, representando a solidão e os sacrifícios dos navegadores que embarcavam por "Mares nunca dantes navegados". 

Um monumento que homenageia a mulher portuguesa, os navegadores e os aviadores.  É um local interessante pela história e com uma vista fantástica sobre a albufeira de Castelo de Bode e do outro lado conseguimos avistar os Passadiços do Penedo Furado. 


Decidimos jantar em casa da tia do Homem em Alcanhões, mas antes fomos a Santarém para conhecer o seu recente baloiço, com vista para o rio Tejo, com a lezíria a espreitar por trás, o Baloiço do Tejo. Um baloiço que o Homem tanto queria conhecer, ou não fosse ele de Santarém. Pode-se estacionar o carro junto ao Mosteiro Imaculada Conceição das Irmãs Clarissas e depois fazer os poucos metros restantes a pé. O percurso é de fácil acesso, embora o baloiço se encontre numa zona menos acessível. Na nossa opinião o acesso ao baloiço podia ser melhorado. 

  


Com o dia a chegar ao fim e depois de uma refeição muito agradável em família, voltámos para Lisboa pela A1 e depois A5 com mais um caminho percorrido, com a alma cheia de boas memórias e mais uma história para contar. 


"Viajar é adquirir cultura, é mudar de postura,
É transgredir, é reinventar-se nesta passagem,
É evoluir, é carregar bagagem, ter saudade e ver,
No cenário do imaginário as paisagens da viagem!"

                                              Guria, da Poesia Gaúcha





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