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Cuenca |
Seguindo a estrada em direção à Serra de Albarracin, passamos por um miradouro de origem natural, com vistas deslumbrantes sobre o rio Júcar. Numa curta caminhada de cerca de 30 metros, encontramos um género de uma cova, escavada na rocha com duas janelas que se encontram no alto de um penhasco, a 200 metros de altitude e com vistas soberbas sobre às águas frias e translúcidas do rio.
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Ventana del Diablo |
Existem algumas lendas que deram origem ao nome deste miradouro. A mais conhecida diz que o demónio fazia sessões de bruxaria e quem ousasse olhar das duas varandas, ele empurrava as pessoas ribanceira abaixo.
A outra lenda menos conhecida conta a história de um pai e seu filho que uma dia foram caçar naquela zona. De repente, o céu ficou preto e começaram a cair relâmpagos, os dois, abrigaram-se nesta cova com as duas janelas. Um dos raios atingiu o pai e ele morreu. O menino correu até à localidade mais próxima, Villalba de la Sierra e disse que o diabo lhe tinha levado o pai e assim este local ficou conhecido como Ventano del Diablo.
Por baixo deste miradouro, encontram-se belissímas poças e pequenas lagoas naturais, mas de difícil acesso. São consideradas um paraíso para os amantes de aventura e de desportos radicais, como é o caso de canyoning.
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Ventana del Diablo |
Mesmo à beira da estrada existe um parque de estacionamento gratuito e uma loja de recuerdos, com algumas bebidas frescas.
De regresso ao carro, continuamos a nossa aventura por estradas de serra, onde nos foi muito útil os mapas offline, a Serra de Albarracin, para ver a nascente do Tejo. Um desejo antigo do meu Homem, nascido e criado em Santarém, onde o Tejo é uma presença viva e rica, representando uma importância crucial na vida da lezíria, alimentando as extensas produções agrícolas, os toiros e os cavalos. Já tivemos o privilégio de conhecer algumas nascentes de alguns rios, como é o caso do Zêzere, ou do Mondego e a nascente do Tejo, é uma verdadeira desilusão para as expectativas criadas. Nascente com ténue caudal junto de um imponente monumento.Um monumento que foi construído em homenagem ao rio Tejo, um conjunto de 4 estátuas, onde sobressai uma maior, o Deus Grego, o Pai Tejo, cujas as suas longas barbas, simbolizam a extensão deste rio. As outras 3 estátuas, representam 3 províncias da sua nascente. Um cavaleiro que representa a Província da Guadalajara, um cálice e uma estrela que representam a Província de Cuenca e um touro e uma estrela que representam a Província de Teruel.  |
Nascente do Tejo |
A poucos quilómetros da fonte do Tejo, encontra-se o rio Júcar que desagua no Mar Mediterrâneo, tal como o rio Guadalaviar.
O rio Tejo ou Tajo em espanhol, é o maior da Península Ibérica, nasce entre San Juan e San Felipe, na Serra de Albarracin, a 1593 metros de altitude, estendendo-se ao longo de 1009 quilómetros, percorrendo várias cidades espanholas e portuguesas, esculpindo o seu caminho por entre escarpas e arenitos, desaguando em São Julião da Barra, em Lisboa, no Oceano Atlântico.
Estava na altura de procurarmos alojamento e descansar para o próximo dia. Decidimos ficar a cerca de 80 quilómetros de Saragoça, a cidade do próximo dia. Marcamos através do Booking, um apartamento particular em Calamocha, Aromas del Jiloca. Fizemos umas pequenas compras para o pequeno almoço e almoço do dia seguinte e fomos jantar tapas, acompanhadas de tinto de verano para mim e filhota e umas cañas para o Homem, numa esplanada na praça central da vila. Não estavam fantásticas, mas foi uma boa relação preço qualidade. Acabamos a noite no terraço do apartamento a beber um moscatel. Foi um dia cansativo, mas muito rico culturalmente.
2º Dia - Saragoça, Castelldefels, Barcelona
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Saragoça |
Saragoça, uma cidade com dois mil anos de história, localizada a nordeste de Espanha, capital de Aragão e banhada pelo rio Ebro.
Uma cidade histórica, com um património rico em cultura e com muito para descobrir. O acolhimento do seu povo e a acessibilidade dos seus espaços, torna-se apetecível para qualquer pessoa que por ali passe.
O seu centro histórico não é muito grande, mas torna-se monumental e imponente, com a sua majestosa Basílica de Nossa Senhora Del Pilar, na praça com o mesmo nome, sendo o maior templo barroco de Espanha. Apresenta uma fusão de estilos arquitetónicos, gótico, barroco e mudéjar, com uma fachada exterior com quatro pináculos e um interior com onze cúpulas decoradas com frescos de pintores como Goya e Bayeu. A entrada neste templo é gratuita e apenas se paga o acesso ao museu ou a subida à torre.
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Catedral de Saragoça |
Praça de Nossa Senhora del Pilar, um dos locais mais movimentados desta cidade, uma praça pedonal, repleta de bares de tapas, cafés com esplanadas, restaurantes e lojas de recuerdos. Alcunhada por de "El salon de la ciudad", tendo sido palco de muitas festas públicas e importantes. Foi aqui que a cidade começou a ser construída, ao redor das duas catedrais. Foi o local escolhido para nos sentarmos a tomar um café numa esplanada, contemplando a vida agitada dos espanhóis e turistas que por ali passavam, com a ca7tedral como pano de fundo.
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Catedral de Saragoça |
Esta cidade tem muito para descobrir, com uma boa rede de transportes públicos e uma boa rede de ciclovias, duas catedrais imponentes, um palácio islâmico fortificado, palácios de estilo renascentista e alguns edifícios de arquitetura moderna.
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Saragoça |
A outra catedral importante desta cidade, localiza-se muito próximo da anterior e chama-se Catedral de El Salvador, tendo sido considerada Património da Humanidade pela UNESCO e o principal templo histórico da cidade.
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Catedral El Salvador |
Chegamos a Saragoça pelas 10 horas, estacionamos o carro num parque de estacionamento muito perto do centro histórico e fomos visitar o Mercado Central, construído em 1895 pelo arquiteto Félix Navarro Perez, para apreciar as bancas bem arrumadas de frutas, carnes e peixes. Um edifício em ferro, com um design funcional e uma praça retangular. Na zona exterior, existem três elevadores de forma a facilitar o dia a dia dos utilizadores e das pessoas que trabalham no mercado.
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Mercado Central |
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Calle Alfonso |
Deixando o mercado, caminhamos por uma rua, Calle Alfonso, uma preciosa via pedonal, de origem do séc XIX, com algum comércio local e sempre com muita gente a circular, tendo acesso direto à Praça de Nossa Senhora del Pilar, para visitar a Basílica de Nossa Senhora del Pilar. Esta rua, é a mais importante e mais conhecida desta cidade, onde desde sempre ocorreram todos os eventos públicos, mantendo-se ainda hoje esta tradição.
Terminamos a nossa visita a esta simpática e curiosa cidade, a atravessar a Stone Bridge, a Ponte de Pedra, por cima do rio Ebro, construída no séc XII, permitindo que a população pudesse atravessar o rio em qualquer altura do ano. A que hoje existe, foi construída no séc XV, aproveitando algumas partes da antiga ponte. Mais ou menos a meio da ponte, existe um parapeito que servia como muralha, evitando as inundações quando o nível da água do rio subia, chama-se ainda hoje de Parapeito de São Lázaro. Foi na outra margem do rio, que o Homem levantou o drone e tirou uma fantástica fotografia da cidade de Saragoça banhada pelo seu rio Ebro.
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Stone Bridge |
Com a hora de almoço a aproximar-se, paramos o carro num parque de merendas na autoestrada AP-2, que seguíamos para Castelldefels, para degustar do nosso piquenique.
As autoestradas em Espanha são excelentes e muitas são gratuitas, mas as que têm portagem são a doer, como tal, aconselhamos a colocar no googlemaps, o percurso sem portagens e assim não tem de se preocupar. Foram cerca de 300 quilómetros até ao nosso destino.
Castelldefels, na provincia de Barcelona, localizada na costa de Garraf, entre os relevos montanhosos e o mar mediterrâneo. Nesta zona, encontramos mais de cinco quilómetros de praias de areia branca e fina, com agradáveis temperaturas do mar mediterrâneo.
O antigo Castelo de Fels, medieval, domina o litoral da cidade, onde podem ser observadas torres de defesa de origem do séc XVI.
Ficamos alojados duas noites num apartamento particular Ca la Noa, de 3 quartos, com uma varanda agradável e ar condicionado. O pior foi o estacionamento, gratuito, mas bastante difícil de encontrar. Por vezes, eram necessárias algumas voltas até encontrar um lugar.
Não estávamos muito cansados, embora a filhota estivesse com uma verruga na planta do pé o que dificultava o andar e decidimos ir jantar a Barcelona, que se localiza a cerca de 20 quilómetros desta região. O Homem já tinha tudo planeado e detalhado e sabia onde iríamos estacionar o carro de uma forma gratuita, na zona das universidades e o metro está mesmo à porta, onde pode escolher a linha laranja (L9) ou a linha verde (L3) e rapidamente está no centro da cidade.
Em Barcelona existem 12 linhas de metro e 180 estações, mas é bastante fácil circular, sendo muito intuitivo. Apenas é necessário ter atenção à estação terminal das linhas, para não se enganar. Está aberto das 5:00 até à meia noite durante a semana e à sexta até às 2:00. Ao sábado funciona durante 24 horas. Uma viagem simples tem o custo de 2,40€, ficando mais barato comprar um cartão com várias viagens.
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Mapa do Metro Barcelona |
Os bilhetes podem ser comprados nas máquinas ou ao balcão e não faça como nós, leia bem as instruções. Existem várias opções: T-dia, viagens ilimitadas, durante 24 horas, que começa a contar a partir da 1ª viagem. T-casual, 10 viagens que podem ser utilizadas em qualquer altura, com validade de 3 meses, mas apenas para 1 pessoa. Não faça como nós que não sabíamos e compramos um cartão e depois percebemos que só dava para um. T- familar, um cartão com 8 viagens que pode ser utilizado durante 3 meses e ser partilhado por várias pessoas. Nós compramos um T-casual e um T-familiar. Estes dois cartões, não incluem o transporte para o aeroporto. Existe também o cartão Hola BCN, com viagens em vários meios de transporte públicos e o Barcelona Card, semelhante ao anterior, mas com acesso a algumas entradas em museus.
Apanhamos o metro L3, linha verde e trocamos na estação Sants Estacio, para a linha azul, L5, saindo na estação da Sagrada Familia. Ao sair para a superfície deparamos-nos com um imponente monumento, que se encontra sempre em obras.
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Sagrada Familia
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A Sagrada Familia, um dos maiores templos católicos desenhado pelo artista Antoni Gaudi. A construção de estilo neogótico, teve início em 1882 mas teve de ser interrompida com a Guerra Civil Espanhola e só retomou a construção em 1936, um templo que se encontra sempre em recuperação e que se estima a sua conclusão para finais de 2026. O ano centenário da morte de Gaudi. O seu túmulo encontra-se na cripta. Apresenta três fachadas, da Natividade, no tempo de Gaudi, da Paixão, iniciada em 1952 e da Glória, ainda por acabar. A obra acabada por Gaudi e a sua cripta, foram considerados pela UNESCO, Património Mundial. A cripta foi construída em 1882 e é composta por sete capelas dedicadas à Família de Jesus. São José, o Sagrado Coração, a Imaculada Conceição, São Joaquim, Santa Ana, São João Batista, Santa Isabel e São Zacarias. Em 1936 com a Guerra Civil Espanhola, a cripta foi bastante destruída e desde então, serve de igreja paroquial até ser finalizado o templo.
Existem 18 torres, verticais, de forma a serem visíveis de qualquer ponto da cidade de Barcelona: 12 dos apóstolos, 4 dos evangelistas, 1 de Jesus e outra da Virgem Maria. No exterior, existe o claustro, que rodeia todo o templo, com o objetivo de isolar o templo do exterior. Na cave do templo existe um museu, inaugurado em 1961. O seu interior é riquíssimo e de uma enorme importância religiosa. O bilhete pode ser comprado no site oficial e antecipadamente, evitando a imensidão de filas que ali existem o ano inteiro e tem um custo de 26€ com audioguia, em várias línguas, não incluindo a visita à torre. Se pretende visita guiada, são 30€. É uma experiência fantástica que deve ser realizada pelo menos uma vez na vida.
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Arco do Triunfo |
Continuamos o nosso caminho por ruas e ruelas da cidade e com algumas curtas paragens por causa do pé da filhota, até ao Arco do Triunfo, construído em 1888, em tijolo aparente, num estilo neo-mudéjar, nos primórdios do modernismo, pelo arquiteto Josep Vilaseca. Este estilo é característico da arquitetura dos muçulmanos, e mostra a fusão dos elementos islâmicos com outros estilos de arquitetura. Um monumento com maior componente civil que militar, caracterizado pelo progresso artístico, científico e económico, simbolizando a porta de entrada da cidade de Barcelona ao modernismo. Por vezes é utilizado para alguns eventos musicais e festivais e como meta em algumas provas de corridas importantes desta cidade.
Localiza-se entre Passeig de Sant Joan e o Passeig Luís Companys e a linha de metro mais próxima é a L1, a vermelha.
Foi neste local, com vista para o arco, que decidimos sentar numa esplanada e jantar. Escolhemos para partilhar, uma paella de marisco e um entrecot na plancha. Estava bom mas o preço foi um pouco acima do que esperávamos.
Continuamos caminhando, até às ramblas, com as mulheres a reclamar e o Homem como guia, sempre uns metros à frente, recusando-se a utilizar o metro, passando pelo Bairro Gótico, localizado na cidade velha, para alguns considerado a alma da cidade, ruelas estreitas, sinuosas, labirinticas, com alguns becos sem saída, onde se pode apreciar o verdadeiro estilo da vida dum catalão, seja de dia ou de noite. Tem este nome derivado do seu passado, uma antiga vila romana, onde ainda hoje se podem encontrar remanescências do seu passado glorioso. Esta mistura do antigo com o moderno, leva a muitas pessoas querem conhecer este bairro. Aqui encontramos várias praças, com bancos para sentar e relaxar, vários lojas de comércio, restaurantes e bares, quase sempre cheios, tendo em conta os preços serem mais acessíveis.
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Bairro Gótico |
Continuamos o nosso caminho, passando pela Plaça Reial, uma linda praça com uma vasta variedade de restauração e imensa gente tanto de dia como de noite, com uma fonte no centro e onde existe o Palácio de Guell, uma de tantas criações de Gaudi, até à mais conhecida e famosa rua de Barcelona, Las Ramblas, que significa avenida, sendo considerada a avenida principal e mais central, atravessando o centro da cidade.
Las Ramblas, um passeio pedonal, de cerca de 1,3 quilómetros, sempre animado com muitos turistas, artistas de rua, que na realidade quase não vimos nenhum, muitas esplanadas com restauração, mas com preços mais elevados por se tratar de uma zona turística. Tem inicio junto da Plaça de Catalunya e termina junto do Monumento de Cristovão Colombo, em Port Vell, a Marina de Barcelona e terminal de cruzeiros.
Junto da Plaça Catalunya, encontra-se o Passeig de Grácia, onde existem várias lojas de renome, para quem tem um gosto para compras mais refinado.
No meio das ramblas existe o conceituado Mercado La Boqueria, que visitamos no dia seguinte.
Depois de um dia cansativo e intenso, estava na altura de parar e descansar e decidimos apanhar o metro na estação Liceu, linha verde (L3), linha direta para a zona universitária, onde tínhamos estacionado o carro. Junto deste ponto, encontra-se o Grande Teatro do Liceu e ao lado o Mosaico de Miró, um grande mosaico colorido pintado no chão e assinado por Miró.
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Las Ramblas |
3º Dia - Barcelona, Castelldefels
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Vista do Miradouro de Montjuic |
O dia anterior foi intenso para o pé da filhota e era necessário descansar e recuperar.
Ficou a descansar no apartamento e eu e o Homem, acordamos cedo e seguimos caminho até Barcelona. Estacionamos o carro no mesmo local, mas desta vez não tivemos sorte e tivemos de deixar num parque de estacionamento, pagando cerca de 10€ por pouco mais de 2 horas.
Saímos na estação de metro Plaça de Catalunya, linha verde (L3) e descemos as Ramblas, fazendo uma paragem no Mercado La Boqueria, um dos mercados mais antigos, famoso e pitoresco desta cidade. Um espaço que ocupa o lugar que era o pátio do antigo Convento de Sant Josep e por isso também conhecido por Mercado de São José.
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Mercado la Boqueria |
Las Ramblas sempre foi uma zona central da cidade de Barcelona e com o incêndio que o convento sofreu, o mercado central de Barcelona, foi transferido para este local, tendo sido inaugurado em março de 1840, um espaço com cerca de 2500 metros quadrados e mais de 300 bancas, onde se vende de tudo um pouco, carnes, peixes, frutas, flores, artesanato, bancas com sumos de fruta muito apetecíveis, tapas e muitas variedades de gastronomia espanhola. Tudo muito limpo, organizado, com muita oferta de restauração mas preços altos, por ser uma zona turística. Encontra-se aberto todos os dias, com exceção de domingo das 8h às 20:30h.
É um dos pontos mais emblemáticos de Barcelona e de visita obrigatória, mesmo que não compre nada. Faça como nós, que circulamos por entre as bancas e observamos as pessoas que por ali passavam, contemplamos as cores e sentimos os cheiros. Bancas bem arrumadas e organizadas, onde se pode petiscar ou tapear em vários locais, ou se preferir um sumo de fruta tropical, ou um granizado, ou até mesmo comer marisco. Ah pois é! Eram 10 horas da manhã e já existiam pessoas a comer marisco acompanhado de umas cañas. Este é um verdadeiro templo da gastronomia.
Saindo do mercado, continuamos a descer as ramblas, agora um pouco diferente da noite anterior, com algumas lojas de artesanato, mas com muito poucos artistas de rua, como seria de esperar, ou pelo menos eu estaria a contar com isso. Fiquei um pouco triste. Barcelona já não é a cidade que conheci à 20 anos, mais turismo, mais confusão, menos a essência que caracterizava esta zona emblemática e que eu tinha em memória. A cidade mudou, eu mudei, com uma visão e uns horizontes diferentes. Conheci outras cidades, outras realidades, outras culturas. Barcelona continua a ser uma cidade interessante e com muito para descobrir, mas para mim, já não é a minha cidade. Também é certo que não visitamos as casas de Gaudi. O Parque Guell, um dos maiores jardins de Espanha, muito bonito e interessante, uma fusão da natureza com a arquitetura de Antoni Gaudi não se pagava quando conheci esta cidade, Agora são 13€ por pessoa, com a ajuda de um audioguia e nós não chegamos a ir. Nós já conhecíamos e a filhota não estava a 100% Na extremidade mais a sul das Ramblas, existe a estação de metrô Drassanes, onde se apanham os cruzeiros para vários locais no mundo, a maioria para passear no mar mediterrâneo. Em frente desta estação encontra-se o Museu de Cera, para quem aprecia este tipo de arte, que não é o nosso caso.
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Cristovão Colombo |
No final das Ramblas, encontramos uma enorme rotunda com vista para o mar, onde no seu centro se encontra o Monumento a Cristovâo Colombo. Um pouco mais à frente existe a Marina de Barcelona e o terminal do porto de cruzeiros. Esta zona chama-se Rambla del Mar, um grande e largo passeio marítimo com uma fabulosa vista sobre o Mar Mediterrâneo. Perto desta zona da cidade existe o Aquário de Barcelona, que se localiza em Port Vell, Um aquário com 35 tanques, com 11.000 animais e 451 espécies. Aberto todos os dias das 10h às 20h. O valor são 30€ e nós também não fomos.
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Marina de Barcelona |
Caminhamos pelo passeio marítimo comigo sempre a refilar porque podíamos ter ido de metro. O Homem sempre no seu passo acelerado e de telemóvel na mão a ver o percurso pelo google maps ia dizendo que já faltava pouco até à Praia de Barceloneta.
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Praia de Barceloneta |
Praia de Barceloneta, a praia mais famosa desta cidade, localizando-se na parte mais moderna e construída nos Jogos Olímpicos de 1992, numa área portuária, Barceloneta, um dos bairros marinheiros mais típicos e animados de Barcelona. Esta praia junta-se com outras duas, para o lado do Porto Olímpico com a praia do Passeo Marítimo e para o lado do Porto de Barcelona com a praia de San Sebastiá. Todas elas apresentam umas infraestruturas com várias zonas desportivas e de lazer, restauração, uma biblioteca de praia e são vigiadas em época balnear por nadadores salvadores. O metro mais perto é a estação de Barceloneta, linha amarela (L4). Depois de umas fotografias junto da praia e uma caminhada no passeio marítimo voltamos de metro na estação de Barceloneta até à zona universitária para irmos buscar o nossa carro das renas.
Fizemos uma rápida visita a Montjuic, não de teleférico mas sim de carro e tiramos uma fantástica fotografia no Miradouro de L´ Alcalde, que possui uma vista panorâmica sobre toda a cidade de Barcelona. Um local muito agradável, com algumas sombras, um café com esplanada e até vimos um senhor a tocar, a cantar e a encantar quem ali se encontra. Se quiser fazer o percurso de funicular o valor são 12,5€ ou também pode optar pelo teleférico. Uma viagem de 10 minutos, sentado, aproveitando para admirar a linda vista da cidade de Barcelona e do Mar Mediterrâneo.
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Parc de Montjuic |
O Parc de Montjuic localiza-se na montanha com o mesmo nome, chamado de monte dos judeus, em catalão e considerado o pulmão desta cidade. Este parque ficou a ser conhecido pelos eventos desportivos que ali decorreram nos Jogos Olímpicos de 1992 e que ainda hoje acontecem. É um ótimo local para passear nos seus extensos e lindos jardins ou contemplar as vistas deslumbrantes sobre a cidade de Barcelona, através de vários miradouros. Também pode encontrar a Fundação Joan Miró, o Jardim Botânico, o Castell de Montjuïc, um prédio histórico construído no topo da colina de Montjuic, em um campo militar em 1640. É possível chegar ao castelo através do Funicular de Montjuïc e o Teleférico de Montjuïc. Após explorar o castelo, é possível escolher descer de teleférico, ou fazer uma caminhada de 20 minutos para descer a montanha, fazendo uma paragem na Fundacio Joan Miró na Avenida Miramar. O parque está aberto todos os dias, durante 24 horas.
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Teleférico de Montjuic |
Depois do valor que tínhamos gasto no jantar do dia anterior, decidimos ir ao supermercado comprar marisco, entre outros produtos e fazer almoço e jantar no apartamento onde ficamos alojados.
O Homem grelhou para o almoço umas mini espetadas de frango e de porco, acompanhadas de uns croquetes de jamon, outros de moluscos e outros de cogumelos, tudo muito bem regado com uma garrafinha de vinho tinto. A filhota comeu sushi que se deliciou.
A seguir ao nosso repasto, fomos dar um saltinho à Praia de Castelldefels. O estacionamento é extremamente caro, 2€ / hora. A água do mar mediterrâneo estava excelente e passei quase o tempo todo que estive na praia dentro de água. O Homem também deu um mergulho, que lhe valeu uma otite, descoberta posteriormente e levantou o drone, tirando uma boa perspetiva da praia.
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Praia de Castelldefels |
Uma praia com cerca de 5 km, de areia branca mas grossa, águas quentes e sem ondas, por vezes ventosa, com excelentes infraestruturas com parque infantil, aparelhos de ginástica, chuveiros, vigiada por nadadores salvadores, tendo um posto de primeiros socorros com enfermeiro e vários restaurantes e bares. Existem chiringuitos em espanhol, que significa bares ao ar livre, que se encontram mesmo no meio do areal. Existe um passeio marítimo largo paralelo a toda a praia, permitindo fazer umas corridas, caminhadas, ou simplesmente parar, relaxar e apreciar a paisagem. Muito perto da praia encontra-se o Clube Náutico com vários desportos náuticos, como vela e windsurf.
De volta ao apartamento, jantamos uma excelente mariscada, ameijoas, mexilhão, canilhas, regado com um bom vinho branco. De sobremesa optamos por gelado para todos.
4º Dia - Valência, La Manga, Garrucha
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Mercado de Valência - Vista aérea |
Saída às 8 horas com destino a Valência, cerca de 328 km por uma excelente estrada AP-7 pela costa, quase sempre ao lado do mar. Chegamos a esta bonita e surpreendente cidade às 11 horas e estacionamos o carro no parque de estacionamento do Mercado Central, que se localiza muito próximo do centro histórico. Uma cidade com uma vasta rede de transportes públicos, de metro, autocarro, bicicleta ou trotinete se chega a qualquer lado, sem necessitar do carro. Tem mesmo uma excelente rede de ciclovias (quase 100 km) com aluguer de bicicletas a cerca de 8€ / dia, as valenbici
Valência, localizada na costa leste de Espanha, em frente às Ilhas Baleares, na margem direita do rio Túria. Uma cidade portuária, rica em cultura, história e arte. Depois de Madrid e Barcelona, é a terceira maior cidade de Espanha.
O centro histórico, Ciutat Vella desta cidade, é pequeno e facilmente percorrido a pé. Iniciamos o nosso caminho junto do Mercado Central, um dos mercados mais antigos da Europa, ocupando dois andares com mais de 8000 metros quadrados, predominando um estilo eclético pré modernista, com um interior revestido numa mistura de ferro, madeira, cerâmica e azulejos. O teto apresenta vários vitrais coloridos, permitindo uma maior luminosidade no interior do mercado. Originalmente foi construído para ser um mercado a céu aberto e em 2010 foi totalmente renovado.
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Mercado Central |
Passear neste mercado permite perder-nos na cultura local, enquanto descobrimos produtos frescos que ali são apresentados, é sem dúvida um símbolo da diversidade de alimentos produzidos nesta terra, com o cultivo de frutas e legumes a assumir tal importância que se tornou conhecido com a designação de "Horta Valenciana". Até caracóis encontramos e de tamanhos que não existem em Portugal. Também existem várias bancas de presunto, com muitas variedades, sendo o mais famoso o "para negra" e de açafrão, ingrediente essencial na confeção da paella valenciana. Foi introduzido pelos árabes e está enraizado na cultura da região de Castela - La Mancha. A sua produção em Espanha é considerada uma das melhores em termos de qualidade, considerada o "ouro vermelho". Se desejar, pode adquirir esta especiaria aqui no mercado e o preço varia entre 7 e 20€. Este espaço encontra-se aberto todos os dias com exceção de domingo, das 7h às 15h.
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Interior do Mercado Central |
Foi junto do mercado que nos sentamos numa esplanada a degustar de uma bebida fresca, enquanto observava-mos a população, os turistas, as famílias que por ali passavam, uns mais apressados, outros mais descontraídos.
Caminhamos por ruas pitorescas, agradáveis, limpas e cheias de gente, com destaque para belos edifícios góticos até à famosa Plaça Redona, uma praça redonda, que parece uma praça de toiros. Ao centro, existe uma fonte e ao redor da praça existem várias lojas de recuerdos. Do centro da praça consegue-se visualizar a torre da Igreja de Santa Catarina, a mais antiga da cidade, onde se encontra a casa mais estreita de Espanha.
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Praça Redonda |
Continuamos até à Plaça de la Reina, onde se encontram as melhores orxaterias tradicionais, uma bebida valenciana acompanhada de um pão polvilhado de açúcar.
Catedral de Valência ou de Santa Maria, uma igreja de estilo gótico, considerado o maior templo religioso da cidade. Alberga no seu interior um Altar-Mor com vários frescos renascentistas. No exterior, destaca-se a Porta do Palau, de estilo românico e mudéjar, a Porta dos Apóstolos, onde se realiza o Tribunal das Águas todas as quintas-feiras às 12h.
Miguelete, um dos maiores símbolos da cidade, uma torre com 207 degraus onde se pode contemplar das melhores vistas sobre a cidade de Valência.
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Miguelete |
Um pouco distante do centro, encontra-se a parte mais moderna da cidade, onde se podem visualizar edifícios com linhas arquitetónicas ousados, num misto de modernismo e natureza, inseridos num amplo espaço verde, considerado o pulmão da cidade. É nesta zona da cidade que existe uma grande oferta de entretenimento e cultura, onde se encontra o maior aquário da Europa, o Oceanográfico, um cinema IMAX, com vários filmes e documentários, o Museu da Ciência, um museu interativo, com diferentes áreas das ciências, uma Casa da Ópera com vários espetáculos regulares. Tudo isto levou a Valência ser considerada a cidade das artes e das ciências.
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Arte urbana nas ruas de Valência |
Sendo uma cidade junto da costa, Valência oferece mais de 300 dias de sol por ano e a Praia da Malvarrosa, é uma das mais conhecidas e apetecíveis, com areia fina e dourada e águas quentes do mar mediterrâneo. Outro dos ex libris da cidade é um grande lago de água doce junto do mar, L´Albufera ou também chamado de "espelho do sol", onde dizem que é verdadeiramente mágico contemplar o pôr do sol. Formou-se a partir do afundamento de aproximadamente 30 quilómetros de cordão litoral entre Valência e Cullera. A comunicação do lago com o mar, é através de canais que são abertos ou fechados mediante comportas, o que leva a uma modificação do volume das águas do lago. No interior da Albufera há seis ilhotas: a "Mata del Fang", a "Mateta de Baix", a "Mata de la barra", a "Mata de L'Antina", a "Mata de San Roc" e a "Mata del Rey".
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Praia de Malvarrosa |
Depois de termos petiscado alguma coisa da nossa geleira elétrica, num parque de estacionamento numa área de serviço, ao sol, continuamos o nosso caminho até La Manga del Mar Menor, localizada a sudeste da Península Ibérica, na região de Múrcia. É nada mais, nada menos que uma grande língua de terra, numa faixa costeira com cerca de 22 quilómetros de comprimento e 100 metros de largura, banhada por um mar de cada lado, com praias pequenas, de areia branca, enseadas e águas cristalinas. Esta curiosa língua de terra, deu origem a oeste a uma enorme lagoa litoral, o Mar Menor, onde as águas têm pouca profundidade, são mais quentes e mais calmas do que na outra margem da língua, onde se encontra o Mar Mediterrâneo. La Manga, é muito turístico, com grandes infraestruturas hoteleiras, muita restauração, cara, muita oferta de bares e vida noturna. Fez-nos lembrar um pouco a nossa Troia, sempre com imensa gente, muita confusão, muitos hoteis, muito barulho, talvez seja por ser Verão. Parámos o carro, tiramos umas fotografias, mas confesso que não nos agradou aquela confusão e até o Homem que tinha tanto interesse em voltar a esta zona, sentiu em certa medida, um desencantamento, talvez porque passados 20 anos, as experiências, as vivências e os locais que conheceu atenuaram o encantamento que tinha por La Manga.
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La Manga del Mar Menor |
Com a lua a espreitar, estava na altura de procurarmos alojamento para essa noite e decidimos andar mais uns 200 km, de forma ao próximo dia ser menos intenso e que nos permitisse desfrutar um pouco das praias e das águas do mediterrâneo.
Ficamos em Garrucha, uma vila costeira, piscatória, na província de Almeria, com grande afluência de turistas no Verão, que procuram praia. Escolhemos ficar num apartamento de 2 quartos, Garrucha Pinar con surpresa e se foi uma surpresa. Qual foi o nosso espanto quando chegamos ao apartamento e encontramos um grande gato preto, deitado, à nossa espera. O gato é o dono da casa e um verdadeiro anfitrião.
O apartamento tem um excelente terraço e encontra-se dentro de um condomínio privado, com estacionamento subterrâneo gratuito e piscina.
A Playa la Caracola fica a 2,5 km e a Playa la Rumina a 2,7 km de distância. Cansados da longa viagem de carro, fomos jantar num restaurante junto da praia, onde se pode saborear a gastronomia marítima e tapas. Pedimos uma paelha mas demorava bastante tempo e ficamos por uma fritada mista (choco, lula, camarão, peixe) e uns huevos rotos. Esta cidade é famosa pela qualidade do seu camarão vermelho.
Depois do jantar fomos caminhar no pardão junto da praia, onde se encontravam a decorrer as festas da terra, com muita animação, música, tascas, bares e carrósseis para as crianças.
5º Dia - Cabo de Gata, Aqueduto de Aquilla, Nerja, Manilva
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Parque Natural de Cabo de Gata - Vista aérea |
Cabo de Gata, localizado no sul-oriental da província de Almeria, declarado pela UNESCO, reserva da biosfera. Um parque natural, de origem vulcânica, com aproximadamente 50 quilómetros da linha costeira, que se estende desde a Paria de los Muertos até à Praia de Fabriquilla, albergando enseadas escondidas no meio de águas translúcidas, praias naturais quase despidas e falésias vulcânicas. Um lugar magnífico, com paisagens avassaladoras e ainda pouco descoberto. Aqui, não existe só praia, encontra paisagens desérticas com muito encanto. e apreciar a paisagem deslumbrante enquanto passeia de carro, é verdadeiramente mágico.
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Farol de Cabo de Gata |
Junto à Praia de Fabriquilla, encontra-se o Farol de Cabo de Gata, construído em 1863, com 18 metros de altura. Dizem que é um local fantástico para observar o pôr do sol. Mesmo ao lado do farol existe o Miradouro de Las Sirenas, que outrora foi um ponto de referência para os marinheiros.
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Miradouro Las Sirenas |
Uma das aldeias desta região, é Las Negras, uma combinação de praia, boa comida, gente simpática e simples, relaxamento e um final de tarde ou início de noite num dos poucos bares que ali existem. Rodalquilar, outra aldeia tranquila, com uma velha mina de ouro, algumas obras de arte nas fachadas dos edifícios e algumas casas abandonadas com um aspeto sinistro. A outra vila encantadora é Isleta del Moro, banhada pelo mar, com duas colinas para escalar e praias deslumbrantes.
No Parque Natural do Cabo de Gata, é possível fazer passeios de barco, mergulho, snorkelling ou caiaque, um verdadeiro paraíso para os amantes dos desportos de natureza. As praias são muito bonitas mas não são de fácil acesso e nós por falta de tempo não fomos a nenhuma, apenas visitamos o miradouro e o farol. Algumas praias são perigosas para nadar por causa das fortes correntes do mar e quase todas elas, são praias de nudistas.
Continuando o nosso percurso pela costa, por excelentes autoestradas largas, sem portagem, com mudanças da paisagem do nordeste para o sul, passando por zonas montanhosas, áridas, quase desérticas. Esta zona de Espanha, na província de Almeria, mais propriamente em Tabernas, a 30 quilómetros de Almeria é considerado um dos raros semidesertos da Europa. Não visitámos Tabernas, o tempo era escasso e não dava para tudo, mas ao circularmos de carro pela estrada, conseguimos ter a perceção da mudança da paisagem, algumas zonas montanhosas, com rochas íngremes, outras mais áridas, com terrenos queimados pelo sol. Uma beleza natural, selvagem, com pouca vegetação e uma sensação de solidão e paz, que vale a pena conhecer. Mas desengane-se se pensa que não existe vida para além das rochas. Aqui, encontra alguma vida animal, como aves de rapina e alguns répteis.
Aqueduto de Alguila, também conhecido como Ponte de Aguila, localizado próximo da cidade de Nerja, construído no séc XIX e considerado por alguns uma jóia histórica da arquitetura espanhola. Uma construção multicolorida, belíssima e monumental com quatro níveis de arcos sobrepostos, num total de 37. Foi usado pela primeira vez para fornecer água à refinaria de cana de açúcar, que existia ali próximo. Atualmente, é utilizado para fornecer água às terras agrícolas ali existentes. O melhor local para tirar uma fotografia, é parar o carro na estrada N340, em direção a Maro, um pouco depois da ponte.
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Aqueduto del Aguilla |
Nerja, uma cidade litoral, localizada no extremo leste da Costa do Sol, formada por praias belíssimas, enseadas interessantes e algumas falésias. Apresenta um centro histórico pequeno, com a sua emblemática Ermida de Nuestra Señora de las Angustias.
Uma das principais atrações turísticas desta cidade é a Caverna de Nerja, conhecida como "a catedral pré-histórica" onde se encontram várias pinturas rupestres, que nos reportam aos antepassados pré-históricos desta cidade. Um conjunto de grutas com estalactites e estalagmites, descobertas em 1959.
O ex libris desta cidade, é um maravilhoso miradouro, com vista para o mar, o Balcón da Europa, que se localiza numa zona da cidade que apenas tem acesso pedonal. O carro tem de ficar estacionado no parque de estacionamento subterrâneo e foi onde deixamos o nosso.
Uma zona muito turística, com bastante restauração e muita gente a circular, que termina num bonito miradouro sobre o mar. Tem acesso através de uma escada a uma bonita praia. Foi construído sobre os restos de um antigo baluarte costeiro.
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Balcon da Europa |
Seguimos viagem pela costa, pela AP-7, seguida da A-7, cerca de 160 quilómetros até Manilva, o local onde ficamos alojados, passando por Málaga, Benalmádena, Marbella.
Manilva, uma cidade na Costa do Sol, localizada na província de Málaga, onde se destaca o seu castelo, construído no séc XVIII, para proteger a costa das invasões dos piratas. Como qualquer cidade à beira mar, existem excelentes restaurantes de peixe e marisco, mas nós optamos por jantar no apartamento e desfrutar um pouco da praia e da piscina do alojamento. Nós ficamos hospedados num T2, nos Apartamentos Manilva Green e numa private joke do Homem, fomos a galinha 812. Vou tentar contextualizar, 812 era o número do apartamento e galinha porque somos tratados todos da mesma forma. Num apartamento particular, como estivemos nas noites anteriores, tivemos um tratamento diferenciado e com outra atenção, num complexo turístico, isso é impossível de acontecer.
Depois de deixar as coisas no apartamento, fomos até à Praia Sabinillas, a cerca de 2,3 km.
Uma praia de areia dourada, que se localiza do lado oposto do porto desportivo de la Duquesa, que apresenta excelentes infraestruturas, com vários bares e restaurantes, nadadores salvadores e até podemos encontrar alguns barcos de pescadores na areia. É uma praia muito bem cuidada e depois de uns mergulhos no mar, fomos beber uma bebida fresca num dos bares de apoio à praia e que ficam mesmo na areia.
Esta cidade é um destino turístico, famoso pelas suas praias de areia fina, dourada e águas quentes, com uma vasta história e excelente comida.
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Apartamentos Manilva Green |
Acabamos a nossa tarde na piscina do hotel, onde eu e a filhota demos uns ótimos mergulhos e o Homem tirou uma fotografia com o drone. Fizemos umas compras no Mercadona e jantamos uma salada de frutos do mar, uns croquetes de jamon, uns queijos e presuntos.
6º Dia - Gibraltar, Lisboa
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Europa Point - África e Europa |
O nosso último dia em Espanha. Saída de Manilva às 8h30 com destino a Gibraltar, cerca de 40 km pela AP-7.
Gibraltar, localizado na ponta mais meridional da Europa, um imponente promontório de calcário, localizado em Espanha, mas pertencente ao Reino Unido. Trata-se de um estreito natural com apenas 7 km2, que separa a Europa e a África, existindo uma ligação entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Foi durante séculos rota de passagem para navios mercantes que realizavam transações comerciais entre a Europa e o Médio Oriente. Atualmente, estima-se que perto de 90 mil embarcações cruzem essa passagem anualmente e que, em média, passe pelo local uma embarcação a cada seis minutos. Nesse sentido, é porto de escala para reabastecimento, dando à cidade uma função comercial. Vive maioritariamente do turismo e os seus habitantes ganham a vida graças ao porto de pesca, às docas e às bases da NATO, que ali existem. Já foi e continua a ser uma cidade militar. A sua capital é Gibraltar e é território do Reino Unido e encontra-se uma mistura de ascendência mourisca, britânica, maltesa, asiática, genovesa e espanhola. A maioria é católica, a moeda é a libra esterlina e falam inglês, apesar de alguns habitantes locais falarem castelhano. A vida é extremamente cara em Gibraltrar e muitas pessoas que aqui trabalham, residem em Espanha. O ordenado mínimo é muito baixo e um aluguer de casa é quase impossível de pagar.
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Upper Rock |
Esta pequena península é território britânico desde 1713 e é conhecida pelos seus habitantes, como "The Rock", devido à montanha na fronteira que faz a separação entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. O território acabou por ser cedido ao Reino Unido, no Tratado de Utretch, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola. Franco prosseguiu uma campanha para forçar a negociação no território ultramarino britânico de Gibraltar e em 1969, encerrou a fronteira espanhola com esse território. A fronteira só foi reaberta em 1985, mantendo-se território Britânico, apesar de Espanha ainda hoje tentar reconquistar este território.
Para entrar em Gibraltar é preciso passar o aeroporto, seja de carro ou a pé e com o Brexit, é obrigatório fazer um controlo de passaporte na fronteira terrestre na Linea de La Concepcion. Os cidadãos portugueses não precisam de passaporte, nem visto e apenas precisam do cartão de cidadão. O aeroporto apenas serve voos de e para o Reino Unido.
Gibraltar apresenta apenas 49 km de estradas e existe uma vasta oferta de táxis e transportes públicos que chegam a quase todo o lado do extremis.
É possível levar o carro para este território, mas as estradas são estreitas e sinuosas e como tal, sugerimos deixar o carro num parque de estacionamento antes da fronteira. Nós escolhemos um muito próximo e não muito caro, o Parque Santa Bárbara.
O estacionamento dentro da cidade é escasso e muito caro. Na Reserva Natural só são permitidos veículos autorizados ou excursões em mini-vans organizadas.
Nós escolhemos comprar os bilhetes antecipadamente no site oficial com subida ao rochedo na cable car e visita à Reserva Natural. Os bilhetes podem ser utilizados durante três meses. Teria sido uma ótima ideia, de forma a evitar as filas na compra dos bilhetes, mas se o tempo não ajudar, que foi o nosso caso, as cabines não funcionam. O teleférico transporta 30 pessoas de uma vez e em aproximadamente 6 minutos alcança uma altura de 412 metros sobre o nível médio das águas do mar. Na estação superior, encontra um café, restaurante e uma loja de recuerdos, onde pode adquirir um mapa da reserva e explorar ao seu próprio ritmo. O passeio de teleférico inclui uma paragem na estação média para explorar a Toca dos Macacos, mas entre abril e outubro, não para nesta estação. Aqui, existem muitos macacos e nestes meses do ano, existe um maior número de turistas e por precaução e segurança o teleférico não para.
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Cable Car |
A vantagem de comprar os bilhetes online é poder usufruir do BUS gratuito que parte do aeroporto até junto das cabines de acesso ao imponente rochedo. Teria sido fantástico se eu não me tivesse perdido e tivéssemos encontrado a paragem do BUS.
Caminhamos pelo aeroporto com o Homem a refilar e a dizer que eu não sei organizar nada e como não encontramos o BUS gratuito, decidimos comprar bilhete num autocarro público, com um valor de 1,8 libras.
Ao chegarmos junto das cabines, que se localiza próximo dos Jardins de la Alameda, fomos informados que estavam encerradas por existência de muito vento e não sabiam quando voltariam a funcionar. O dinheiro é devolvido em aproximadamente 2 semanas.
Um território inglês com várias misturas de raças e nacionalidades e onde existem muitos marroquinos e claro está, lá fomos novamente enganados. Mesmo junto das cabines lá estão eles a convencer os turistas a formarem pequenos grupos para encher as mini-vans e é só facilitismos, "podem pagar com cartão, fica mais barato do que se comprassem na bilheteira", entre outras informações. No final da viagem, não podemos pagar com cartão, tivemos de ir levantar dinheiro no multibanco, onde são cobradas taxas e só podemos levantar libras. Conclusão: pagamos pelos três,140 libras, o que deu 190€ com as taxas e demos 150 libras ao marroquino que me respondeu que não tinha troco e ficou com o dinheiro. Sem comentários, mais uma vez fomos roubados não usufruímos de todos os pontos turísticos do promontório de Gibraltar.
Segundo o site oficial, a Reserva Natural encontra-se aberta das 9h30 às 19h de abril a outubro e das 9h às 18h de novembro a março. No parque existem espécies raras de flora e fauna característica desta região e que dificilmente encontrará no resto da Europa. Existe uma lei de proteção que proíbe qualquer pessoa a levar alguma espécie do parque.
Seguimos juntamente com outras pessoas numa pequena carrinha em direção à Reserva Natural e a nossa primeira paragem foi na Caverna de São Miguel, um conjunto de cavernas de calcário, localizadas na Reserva Natural Upper Rock no Território Ultramarino Britânico de Gibraltar, a uma altura de mais de 300 metros acima do nível médio das águas do mar. Na época da Segunda Guerra Mundial foi um hospital militar e agora é uma sala de espetáculos, graças à sua belíssima acústica, onde existe um auditório com cadeiras para 400 pessoas.
O nome da caverna, deve-se a uma similar que existe em Itália, no Monte Gargano.
Estas maravilhosas grutas, criaram-se através de uma infiltração das águas da chuva no rochedo, que se transformou em ácido carbónico que descia pelas paredes rochosas, criando falhas geológicas e originando estalactites e estalagmites nas pequenas cavernas. Foi neste local que a Rainha Isabel II esteve em visita em 1954.
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Caverna de San Miguel
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Skywalk |
A seguir fizemos uma paragem no Miradouro Skywalk, uma estrutura de ferro e vidro, a 426 metros sobre o nível médio da água do mar, que nos permite uma vista panorâmica de 360º entre África e Europa. Foi inaugurado em 2018 e rapidamente se converteu numa das atrações mais importantes de Gibraltar.
Por baixo desta plataforma de vidro, que suporta um peso de 600 kg, encontra-se a Praia Sandy Bay, com areia do deserto do Saara. É extremamente seguro caminhar por cima da plataforma, sendo suficientemente forte para albergar ventos fortes, incluindo terramotos.
Visitamos a Toca dos Macacos, uma das atrações mais emblemáticas de Gibraltar, e vimos o macaco Barbary que habita o parque. Estes macacos são nativos do norte de África e são uma das principais características da Reserva Natural do Upper Rock.
Em 1942, cerca de 200 macacos tinham desaparecido de Gibraltar e o Primeiro Ministro Britânico, Winston Churchill, ordenou que fizessem de tudo para reconstituir aquela população e os macacos foram reproduzindo-se e existem até hoje. A manada que habita a Toca dos Macacos chama-se Queen´s Gate.
A filhota até tirou uma fotografia com um dos macacos, mas atenção que eles são perigosos e não gostam que lhes toquem. Não se esqueça que são animais selvagens e podem assustar-se, morder ou arranhar.
Foi o guia da excursão que colocou o macaco nos braços dela, convencendo-o com alguma comida.
Os macacos são conhecidos por serem muito curiosos e aparentam ser mansos, permitindo excecionalmente a aproximação dos turistas. São muito rápidos e perspicazes e qualquer oportunidade serve para roubarem comida ou algo mais, dos seus bolsos, ou até das mãos. Atenção à carteiras.
Para os mais aventureiros, a Windsor Suspension Bridge também é uma ótima opção. Uma ponte inaugurada em junho de 2016, que se estende por 71 metros e fica suspensa sobre um desfiladeiro com cerca de 50 metros de profundidade
As vistas para a baía, dizem ser imperdíveis, mas atenção a quem tem vertigens e o Homem ficou agradecido em não termos passado por este ponto. Infelizmente, não fomos lá e não tivemos a oportunidade e a ousadia de sermos corajosos e atravessarmos a ponte, sendo recompensados com vistas maravilhosas.
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Windsor Suspension Bridge |
O Homem gosta mais de história, principalmente da Segunda Guerra Mundial e infelizmente, não visitou os vários locais históricos e exposições que existem dentro da reserva, incluindo os túneis da Segunda Guerra Mundial, uma obra de engenharia defensiva escavada na rocha revelando autênticas cidades subterrâneas e as fortificações moura e espanhola, criando uma fortificação dentro de outra fortificação, ou uma cidade dentro de outra cidade.
A Torre de Menagem é a única testemunha sobrevivente após Gibraltar ser reconquistada pelos espanhóis. Esta visita guiada e cara, não contemplava isso e não conseguimos perceber a razão.
O ponto mais alto do Upper Rock é a O'Hara's Battery, a 419 metros acima do nível médio das águas do mar, que deve o seu nome ao General Charles O´Hara, Governador de Gibraltar entre 1795 e 1802. O primeiro canhão foi montado em 1890 e foi substituído em 1901 por um maior, com 9,2 polegadas e com um alcance de 26 km. Este canhão, era capaz de lançar um tiro através de todo o Estreito de Gibraltar até à costa Africana. Durante a Segunda Guerra Mundial o canhão continuou ativo e disparou o seu último tiro em abril de 1976. Foi renovado em maio de 2010 e a melhor forma de visitá-lo é caminhando através da Estação Superior do Teleférico e nós infelizmente não visitamos este local.
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O´Hara ´s Battery |
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Main Street |
Uma vez acabada a visita, seguimos caminho pela Main Street, uma rua pedonal, com cerca de 1 quilómetro, até ao centro histórico.
É a principal rua deste território e muitos a comparam à Gran Via, em Madrid, ou ao Oxford Street em Londres.
Aqui, encontramos muito comércio, lojas de renome internacional e alguns marcos característicos do Reino Unido, como a cabine telefónica vermelha ou o marco do correio britânico.
Tudo o que possa acontecer de interessante existe ao longo desta rua.
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Cabine Telefónica |
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Marco do Correio |
O centro histórico termina numa praça central, a Casemates Square, antigas casamatas militares que deram lugar a restaurantes, bares e esplanadas e onde nos sentamos e comemos uma sandes.
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Casemates Gates
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Casemates Square |
Passando os arcos que finalizavam esta praça, apanhamos um autocarro (route 2) para o Europa Point, de forma a terminarmos o nosso dia em Gibraltar com chave de ouro. Compramos um bilhete ida e volta, que ficou mais barato. O route 2 é o único autocarro para este local.
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Europa Point Lighthouse |
Europa Point, um dos cabos mais meridionais da Europa, onde se o tempo permitir consegue usufruir de vistas deslumbrantes sobre o Continente Africano e o Continente Europeu.
Aqui, também existe o farol histórico, Europa Point Lighthouse, a Mesquita Ibrahim-al-Ibrahim, a Igreja Shrine of Our Lady of Europe e a interessante Harding´s Battery, uma comovente homenagem ao aviador polaco General Sikorski Memorial.
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Europa Point |
Voltamos no mesmo autocarro até junto da praça central e apanhamos outro de regresso ao aeroporto, de forma a irmos buscar o nosso carro e seguirmos viagem para casa, para Lisboa, cerca de 670 quilómetros, quase sempre por autoestrada.
Mais um percurso, mais uma viagem, mais um caminho arrufado, com 3600 quilómetros de estradas, cansados, mas com o coração e alma cheia, com muito para contar e mais tarde recordar...
" A viagem da descoberta,
consiste não em achar
novas paisagens,
mas em ver com
novos olhos"
Marcel Proust
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