Dronando

 

GUIA TURÍSTICO PARA UM PASSEIO PELO INTERIOR DO ALENTEJO E PELAS SUAS PRAIAS  FLUVIAIS

                                                   (Roteiro de 1 Dia)




Mais uma aventura, mais uma viagem, mais um caminho arrufado, mas desta vez com uma inovação que vai certamente melhorar o aspeto de imagem do nosso blog, um Drone. 

O Homem estava à espera deste brinquedo desde o final do ano de 2021, mas só foi lançado agora e não é um drone qualquer, mas sim um DJI mini 3 pro, um brinquedo que custou mais de 1000€, mas que vai fazer as delícias do Homem. 

Verão, Julho de 2022, com previsões meteorológicas de temperaturas em todo o país, superiores a 40ºC e o Homem quer ir testar o Drone no Alentejo. Imaginem o Alentejo no Verão! Claro está, que eu fui contrariada. Com este calor eu gosto mesmo é de um bom mergulho no mar, mas o Homem lá tinha feito o seu detalhado itinerário e de forma a convencer-me, incluiu umas praias fluviais. 

Este foi o nosso primeiro passeio com o Drone e o Homem, ainda está a aprender tudo o que existe a aprender sobre o voo e todas as suas funcionalidades. O que é certo é que tira fotografias com muito boa qualidade e ficamos com uma ideia de alguns locais e paisagens, que doutra forma seria impossível. 

Durante a semana o Homem planeou onde iríamos testar o Drone e decidiu pelas bonitas paisagens do Alentejo. Não existe melhor época do ano para descobrir os encantos desta região, é uma viagem que pode ser feita em qualquer altura e daquilo que pretende desfrutar com esse caminho. 

Alvorada perto das 6 horas da manhã, num dia de Verão, que previam temperaturas de 40ºC, mais uma vez muito bem acompanhados da nossa geleira elétrica que nos possibilita as melhores fotografias, nos melhores spots fotográficos e agora com um upgrade, um Drone. Seguimos pela A5 e 2ª circular, passando pela Ponte Vasco da Gama em direção a Vendas Novas, sempre por estradas nacionais. Passamos por Évora e fizemos uma curta paragem no Redondo, para um café numa esplanada. O nosso destino era Juromenha, para visitar a sua fortaleza.

Juromenha, que nome estranho que eu nunca tinha ouvido falar, mas o Homem lá descobre estes pequenos e bonitos recantos que o nosso país esconde e que tem tanto para mostrar. Uma freguesia no concelho do Alandroal, com o Rio Guadiana a correr aos seus pés e que a separa dos nuestros hermanos, do outro lado do rio.



É de enorme importância histórica a sua Fortalezaque se encontra em obras de restauração e por essa razão não nos foi possível visitar, apenas tirar uma fotografias com o Drone, o que nos levou a ficar com uma perspectiva aérea deste local.
A Fortaleza ou Castelo de Juromenha foi importante para defesa do Reino de Portugal, com alguns episódios importantes durante as Guerras da Restauração (séc XVII), um confronto entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela e a Guerra Peninsular (séc XIX), um conflito militar entre o Primeiro Império Francês e a aliança do Reino Unido da Grã-bretanha e Irlanda, do Império Espanhol e do Reino de Portugal.



Pouco mais existe a visitar nesta terra, apenas o silêncio e a tranquilidade das águas do Guadiana, ao longe ouvem-se gargalhadas de crianças, o que nos leva a tentar procurar de onde vem o barulho e muito perto do rio avista-se, através de um miradouro improvisado, onde se encontram dois bancos com vista privilegiada para o rio, um espaço de turismo de 4 estrelas com piscina (Casas de Juromenha).  Foi neste miradouro que o Homem tirou o Drone para o seu primeiro voo por terras alentejanas. 
Aqui o silêncio impera!



Com a temperatura exterior a subir, estava na hora de ir dar banho à Vanessa (uma brincadeira do Homem), ou melhor, estava na altura de ir dar um mergulho numa praia fluvial. Seguimos pela N373 e depois por uma estrada secundária com direção à praia. Lá íamos nós com o rádio na M80, janelas abertas e o Homem sempre a tagarelar, quando numa curva encontramos um senhor a empurrar um pneu que se tinha soltado da sua carrinha. O Homem parou e ofereceu ajuda! O senhor contou-lhe que lhe tinham roubado as porcas da roda e se tinha soltado em andamento. Com o macaco do nosso carro e o macaco da carrinha, lá conseguiram levantar a viatura para o senhor voltar a encaixar a roda. Coitado! Que maldade! Podia ter tido um acidente grave, assim apenas partiu o carro todo por baixo. Lá seguimos nós viagem, com o Homem todo transpirado e a precisar de um bom banho. 

No dia 9 de Junho, no concelho de Alandroal a 5 km de Monte Juntos foi inaugurada a Praia Fluvial de Azenhas d´el Rei,  o engodo que me convenceu a fazer esta viagem. Mais uma praia no no grande lago do Alqueva, com bandeira azul, com parque de estacionamento, um passadiço de madeira que nos leva quase até ao areal, passando por uma zona de casas de banho públicas e duches com lava pés e acesso a um bar / restaurante de apoio à praia e explorado por uma senhora alemã, que reside em Portugal à 3 anos.

Um espaço muito agradável, rústico, muito bem decorado, com bancos em madeira, com várias almofadas a contrastar com o verde de algumas plantas ali existentes. Aqui pode degustar de uma refeição ao almoço ou ao jantar, mas atenção que encerra às 21 horas, ou apenas de um café ou uma bebida refrescante. Nós depois da praia, fomos beber uma cervejinha ao som de uma música lounge. 

Na praia pode encontrar uma rampa de acesso para os barcos, um ancoradouro que facilita a prática de desportos aquáticos, algumas zonas de sombra e vários chapéus de colmo espalhados pelo areal e que por enquanto são gratuitos. Existe um projeto para construção de um parque de merendas. Esta praia para além da bandeira azul, tem nadadores salvadores e o Homem foi perguntar a um deles se podia voar com o Drone. O senhor respondeu que não havia problema e já mais pessoas o fizeram. 
Sem dúvida que com imagem aérea temos uma perspectiva muito mais bonita de alguns recantos que de outra forma seriam impossíveis de serem alcançados. 



Depois de refrescados, fizemos uma curta paragem para tirar uma fotografia na Rocha dos Namorados, perto de São Pedro do Corval que confesso que não tem encanto nenhum, mas o Homem fazia questão de lá passar, para dar o beijinho obrigatório. São Pedro do Corval, uma freguesia no município de Reguengos de Monsaraz, conhecida pela sua olaria, uma tradição que remonta aos tempos pré históricos, pela grande quantidade de argila que existe nesta região. Nós ainda visitamos uma das olarias, mas não compramos nada. 

Seguidamente, fomos visitar a bonita vila de Monsaraz, com as muralhas do seu castelo a rodear várias casas caiadas de branco e algumas de xisto. Esta vila tem um grande património histórico e arquitetônico e em 2017 foi votada nas "7 Maravilhas de Portugal" na categoria de Aldeias Monumento. 



Localiza-se no interior do Alentejo, muito próximo da fronteira Espanhola, no topo de uma colina, com uma vista soberba sobre o espelho de água do Guadiana, que a catapultou num local obrigatório de visita. É uma vila medieval, carregada de histórias de cavaleiros templários, reis audazes, lendas e mitos.  Hoje é considerada vila museu do Alentejo, com fortes influências militares, religiosas e arquitetônicas, como é o caso do seu castelo, que se encontra preservado até aos dias de hoje. 





Deixamos o carro num parque de estacionamento perto das muralhas do castelo e atravessamos uma das portas das muralhas, a pé, esta vila tem de ser feita a pé, sem pressas, despreocupados, tranquilos, de forma a contemplar a beleza que esta vila nos reserva. 

É sem dúvida uma viagem no tempo, com as suas estreitas ruas, pitorescas, com calçadas de xisto e casas pintadas de branco, salpicadas de bonitas flores coloridas. Aqui dentro das muralhas podemos encontrar o castelo, construído por D. Dinis no séc XIV e que é considerado monumento nacional. 

Do castelo vai encontrar um  miradouro com vistas soberbas sobre a Barragem do Alqueva, o maior lago artificial da Europa. 



Outro ponto obrigatório é a Igreja Matriz da Nossa Senhora da Lagoa, do séc XVI, que se localiza no largo D. Nuno Alvares Pereira e que foi erguida das ruinas de uma igreja gótica.
Monsaraz tem na verdade muito para oferecer, tanto em história, como em turismo, gastronomia e artesanato. Existem várias pequenas lojas de artesanato, com a tradicional tapeçaria alentejana. Pode encontrar também várias wine house, ou não estivéssemos a falar de uma região onde existem boas castas de vinho alentejano. 























A 4 km desta vila situa-se a Praia Fluvial de Monsaraz, com boas infraestruturas, como nadador salvador, duches e casas de banho públicas, um centro náutico, com várias ofertas de passeios e desportos aquáticos e um restaurante que dá apoio à praia. Nós não visitamos, o que ficará certamente para outra ocasião. Assim é uma forma de voltar a Monsaraz, que tanto tem para nos oferecer.



Com o calor a apertar e a barriga a dar horas fomos almoçar na Praia Fluvial de Mourão. Uma praia a 1km da vila de Mourão, com um areal de cerca de 320 metros, com vários chapéus de sol de colmo gratuitos, com nadadores salvadores, uma piscina flutuante, com escorrega, duches e lava pés, casas de banho públicas e um grande parque de estacionamento.

Antes de chegar à praia encontra um restaurante e um parque de merendas e foi aqui, que nós tiramos a nossa geleira e degustamos a nossa refeição com o Alqueva a espreitar por trás. 

Depois de saciados, fizemos a travessia através de um passadiço de madeira até à praia e fomos dar um mergulho, ou melhor, eu fui dar um mergulho, o Homem foi voar com o Drone, até um dos nadadores salvadores lhe chamar à atenção que não podia voar ali, porque nas imediações havia uma ilha privada. 

























Foi hora de nos despedirmos das praias fluviais e fazer uma pausa para comprar mais uma garrafa de água (ao todo foram 4) e beber um café, na Aldeia da Luz, no município de Mourão. Uma aldeia que foi construída para realojar os habitantes da antiga Aldeia da Luz e transladar as suas origens, nomeadamente a igreja e o cemitério,  por ficar submersa com a construção da Barragem do Alqueva. A construção da aldeia foi feita de forma a ser fiel às características da antiga, nomeadamente o nome das ruas e as suas características rurais. 
O poeta João Chilrito Farias criou uma quadra em homenagem à Aldeia da Luz:

"Sou da aldeia da Luz
A que vai ser alagada
Calhou-nos esta cruz
Mas uma cruz tão pesada."


No primeiro fim de semana de Setembro comemoram-se as Festas da Nossa Senhora da Luz, a santa padroeira que se encontra ligada a uma lenda sobre a fundação da igreja e da própria aldeia. 

Continuando por estradas nacionais eu adormeci e o Homem sem a sua co-pilota enganou-se no caminho e em vez de cortar para a estrada que ia ter a Amareleja, seguiu até Mora. Claro está, que fomos dar uma volta maior para chegar a Barrancos. O Homem tinha intenção de ir visitar o Castelo de Noudar, construído no reinado de D. Dinis em 1307. Entre o serpenteado da ribeira da Múrtega e o rio Ardila, no Parque da Natureza de Noudar encontramos um bonito castelo medieval, que se encontra encerrado para obras de requalificação. A estrada de acesso ao castelo não é das melhores, com bastantes buracos e por esse motivo e sabermos que o castelo se encontrava encerrado, desistimos a meio do percurso. Ficará para outra oportunidade, quando o castelo reabrir. 

Na estrada que vai de Barrancos em direção à ponte da ribeira da Múrtega, do lado esquerdo da estrada,  encontramos o Baloiço da Pipa.  

Um bonito local para tirar uma fotografia instagramável e até tem um espaço de terra na berma onde pode estacionar o carro. 



Ribeira da Múrtega, junto da ponte com o mesmo nome que vai de Barrancos até ao Parque da Natureza de Noudar


De volta a Barrancos o Homem foi procurar a Praça Principal desta cidade, local onde fazem as tradicionais festas da cidade, com as famosas touradas, com o abate do touro, que se realizam anualmente. Um largo central onde se situa a Igreja Matriz e a Torre do Relógio. Depois de uma panorâmica da praça com o Drone, fomos comprar os enchidos tradicionais desta região, que degustamos em casa, ao jantar. Foi um verdadeiro dia de calorias!!





























Com o dia a chegar ao fim, estava na altura de regressarmos a casa, sempre por estradas nacionais e com uma breve paragem na Praça do Giraldo em Évora. Uma cidade que é um livro de história, com uma enorme influência Romana, com um centro histórico magnifico, onde pode visitar a Igreja Matriz, o Templo de Diana, a Capela dos Ossos, a Sé Catedral de Évora, a Igreja de São Francisco, as Termas Romanas, a Igreja da Graça, entre tantas outras. 

Praça do Giraldo, onde se encontra a Igreja de Santo Antão e um chafariz de mármore com 8 bicas e que representa as 8 ruas que vão dar a esta praça. Um local de paragem obrigatória, considerado o coração da cidade e onde pode encontrar vários cafés, restaurantes, lojas de artesanato e muito turismo. Foi aqui, que nos sentamos e às oito da noite tomamos uma bebida e o Homem levantou voo uma última vez neste nosso caminho arrufado.




Deixando Évora e continuando pelas nossas bonitas estradas nacionais, seguimos caminho até casa, seguramente mais ricos em sabedoria, em cultura, em belezas paisagísticas. O nosso país pode ser pequenino, mas tem imenso para descobrir e afinal a melhor maneira de o conhecer, é mesmo partir, observar e sentir, aquilo que Portugal tem para nos oferecer!




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